Custo do uso das ATM
A Associação Moçambicana de Bancos (AMB) justificou esta sexta-feira (09Mar18) o aumento da comissão paga por utilização das caixas automáticas (ATM), verificado desde Janeiro pelos utilizadores, com ao agravamento dos custos de operação, desvalorização do metical e aumento da inflação.
Os utilizadores das caixas da Sociedade Interbancária de Moçambique (Simo) notaram desde Janeiro um incremento de sete meticais (nove cêntimos de euro) para nove meticais (11 cêntimos) na comissão cobrada por cada levantamento.
Teotónio Comiche, presidente da AMB, disse hoje à Lusa que a comissão manteve-se desde Agosto de 2012, mas teve ser aumentada no início desde ano devido “ao crescimento da inflação”, por causa da “forte desvalorização do metical, principalmente em 2016” e ainda devido ao aumento dos custos operacionais com a rede comercial dos bancos, associada à expansão da mesma.
Sobre queixas dos utentes de que as instituições financeiras estão a violar a isenção de pagamento de comissão para as duas primeiras operações em cada mês, Teotónio Comiche disse que os bancos acordaram com o Banco de Moçambique que essa gratuidade do serviço será observada a partir de Abril.
O presidente da AMB assinalou que a aplicação da comissão pelo serviço de levantamento viabilizou o lançamento e a expansão da actual rede de caixas automáticas, cerca de 1.700 em Moçambique.
Teotónio Comiche sublinhou ainda que os custos inerentes à rede estão relacionados com a grande dimensão territorial do país e com significativas dificuldades logísticas, nomeadamente nos acessos, energia, custo e dificuldade de transporte de notas.
“Só a existência destas taxas permitiu que houvesse expansão e manutenção das máquinas em funcionamento”, frisou.
A AMB receia que um novo regime de Comissões e Encargos relativos a serviços financeiros, a vigorar a partir de 01 de Abril de 2018, reduza as receitas associadas às caixas automáticas e, logo, os investimentos no reforço e manutenção da rede, dificultando o objectivo da inclusão financeira.
“Essa preocupação é ainda mais relevante quando pensamos que os utentes da moeda electrónica [através de contas no telemóvel] são também servidos nesta rede nacional de caixas”, afirmou Teotónio Comiche.
Redacção