Deportação de imigrantes

Deportação  Africanos perderam irmandade.

A África do Sul está em confinamento geral obrigatório desde 27 de Março passado. As fronteiras estão fechadas e os movimentos dentro da África do Sul são muito restritas e condicionadas.

As medidas de confinamento são compelidas por mais de 120 mil agentes da polícia e pouco mais de 75 mil militares no activo e reservistas.

Porém, apesar de tudo, as autoridades sul-africanas deportaram 977 cidadãos moçambicanos e zimbabueanos e 90 basuthos, na quinta-feira, Sábado e Domingo.

Há cerca de um mês, grupos de imigrantes da região protestaram contra a alegada exclusão na distribuição de alimentos de apoio as populações mais vulneráveis durante o confinamento geral.

Alguns manifestantes exigiram a abertura das fronteiras sul-africanas para poderem regressar aos seus respectivos países de origem, como Moçambique e Zimbabwe.

Representantes de chancelarias de alguns países da região não gostaram de ver nas redes sociais ou na media as imagens e notícias de estrangeiros em protesto exigindo a abertura de fronteiras.

Autoridades sul-africanas, em pleno lockdown, pegaram estrangeiros e meteram em Lindela, centro de trânsito, de pessoas detidas por falta de documentos legais de residência na África do Sul. Pode ter sido retaliação às reivindicações dos imigrantes excluídos na distribuição de alimentos.

Na minha infância aprendi com os meus pais que vizinhos são a família da primeira linha de apoio em momentos de dificuldades, antes da chegada dos familiares mais próximos.

A África do Sul não tem mostrado bom exemplo de bom vizinho desde o início da pandemia de COVID-19.

Começou com o encerramento das fronteiras com os vizinhos, sem coordenação adequada. Na região prevalece o espírito de cada um por si e Deus por todos.

As lideranças da região perderam o espírito de irmandade que dominou o período de luta contra o regime do apartheid.

Falo do tempo da “Linha da Frente”, que foi uma verdadeira escola de boa coordenação regional entre os líderes na solução dos problemas.

O presidente Samora Machel foi criticado quando assinou o Acordo de Inkomati com o regime racista de Pieter Botha, em 1984. 

Alguns dos seus pares acharam que não tinham esgotado alternativas para enfrentar a Renamo que recebia apoio militar da África do Sul. Líderes do ANC, incluindo Jacob Zuma, exilados em Maputo na altura, passaram para Zâmbia, pois já não podiam viver em Maputo nos termos do Acordo de Inkomati.

Nelson Mandela e Joaquim Chissano construíram aliança diplomática de consultas regulares sobre assuntos de interesse dos países, povos, governos e países. 

A história registou, mas tudo indica que a memória institucional está sendo ignorada, prevalecendo decisões unilaterais.

THANGANI WA TIYANI

Este artigo foi publicado em primeira-mão na versão PDF do jornal Correio da manhã, na sua edição de 13 de Maio de 2020, na rubrica semanal denominada O RANCOR DO POBRE

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