Descobertos 64 cadáveres
Descobertos esta terça-feira 64 cadáveres num contentor transportado num camião na província de Tete, interior oeste de Moçambique
No mesmo contentor estavam também 14 sobreviventes, de acordo com a fontes policiais.
De acordo com as mesmas fontes, as mortes terão acontecido por asfixia e as vítimas deverão ser imigrantes ilegais, de diferentes países, que atravessaram a fronteira do Maláui para Moçambique.
A situação foi detectada numa operação de controlo de peso em Mussacama, no distrito de Moatize, na província de Tete.
A polícia forçou a abertura do contentor, depois de os sobreviventes terem começado a bater no contentor e a gritar, o que chamou atenção dos agentes.
As autoridades de saúde e migração transportaram os corpos para a morgue do hospital provincial de Tete, dada a incapacidade de a morgue do hospital de Moatize dar resposta ao caso.
“Os colegas perceberam que havia uma coisa estranha pela 01:00 desta terça-feira, ao falarem com os motoristas, para verificarem a situação real”, disse Amélia Direito, porta-voz dos serviços provinciais de Migração de Tete.
O motorista do camião e o “guia” dos ilegais, que receberam, respectivamente, 35 mil meticais e dez mil meticais para o transporte dos imigrantes, foram detidos pela Polícia que continua as buscas pelo intermediário que facilitou a entrada clandestina dos imigrantes, que tudo indica serem etíopes, acrescentou.
A fronteira de Zobuè, no distrito de Moatize, tem sido um corredor privilegiado para imigrantes ilegais que tentam chegar à África do Sul, atravessando parte de Moçambique, em busca de melhores condições de vida.
Entretanto, o Governo moçambicano anunciou hoje já ter estabelecido contacto com as autoridades etíopes para tratar das modalidades do repatriamento dos 14 sobreviventes descobertos igualmente no mesmo contentor.
O Governo “tomou conhecimento da morte de 64 cidadãos encontrados num contentor, mais 14 vivos, etíopes”, disse Filimão Suazi, porta-voz do Conselho de Ministros, no final da reunião ordinária do órgão, em Maputo.
Segundo referiu, o Estado moçambicano contactou a embaixada da Etiópia para serem tratados os trâmites legais ligados à ocorrência.
(Correio da manhã de Moçambique)