Diogo visita grevistas
Diogo visita grevistas – Cerca de 70 mineiros moçambicanos estão em greve há cinco meses, coagidos por seus colegas na companhia sul-africana de Sibanye-Stillwater na região mineira de Carletonville, cerca de 80 quilómetros a ocidente da cidade do centro da cidade de Joanesburgo.
Conhecedora da conduta da maioria dos sul-africanos, a Ministra do Trabalho, Emprego e Segurança Social, Vitória Digo, visitou os mineiros e apelou-lhes a respeitarem as leis e normas em vigor na África do Sul.
Com o aval ou luz verde da dona de casa e homóloga sul-africana, Mildred Oliphant, a ministra Vitória Dias Diogo passou quase toda a sexta-feira visitando e falando com gestores e mineiros moçambicanos na companhia Sibanye-Stillwater – Divisão de ouro.
Os mineiros filiados na AMCU (Associação dos Mineiros e União de Construção) estão em greve desde Novembro último, exigindo aumento salarial anual de mil randes, contra 700 randes oferecidos pelo patronato e aceites por outros trabalhadores de três sindicatos.
A situação na Sibanye-Stillwater- Divisão de Ouro é muito tensa. Os trabalhadores grevistas intimidam e violentam quase tudo e todos. Desde o início da greve, a 21 de Novembro de 2018, nove mineiros e uma criança foram mortos, 165 foram feridos, 18 carros destruídos a fogo posto e mais de 20 casas de trabalhadores mineiros destruídas na comunidade próxima.
Entretanto, apesar da tensão prevalecente, a ministra Vitória Diogo visitou a mina para confortar os seus compatriotas forçados por colegas sobretudo sul-africanos aderirem a greve de reivindicação de aumento salarial.
No complexo residencial dos mineiros, em Kloof, Vitória Diogo visitou alguns dormitórios de mineiros moçambicanos e conversou com eles.
Apelou-lhes a respeitarem as leis e normas em vigor na África do Sul e a não se envolverem em confusão.
A companhia mineira Sibanye-Stillwater na unidade de produção de ouro de Kloof tem cerca de 1.400 mineiros moçambicanos dos quais, 309 sindicalizados na AMCU, considerado sindicato mais radical na indústria mineira sul-africana que liderou a famosa greve de Marikana.
Entretanto, mineiros moçambicanos pedem contratos de trabalho de cinco anos renováveis contra os actuais 12 meses em vigor há dezenas de anos nos termos do acordo de trabalho migratório assinado em 1964 entre a África do Sul do apartheid e Moçambique, então colónia portuguesa.
Eles querem também facilidade de seguro de 12 meses para suas viaturas em Moçambique ao invés de 30 dias atribuídos na fronteira mesmo em visitas de curta duração a familiares em casa.
A lista das preocupações dos mineiros moçambicanos na África do Sul foi apresentada à Ministra do Trabalho, Emprego e Segurança Social, Vitória Diogo, na reunião realizada sexta-feira na unidade de produção de ouro de Kloof, em Carletonville.
Depois da mensagem formal, dez mineiros tiveram palavra e apresentaram preocupações relacionadas com atrasos na emissão de bilhetes de identidade em Moçambique, revisa de contratos de trabalho de 12 meses que não lhes facilitam abrir contas bancárias na África do Sul, pedido de alteração do modelo de seguro de viaturas de 30 dias aplicado na fronteira de Ressano Garcia e reclamação contra o fraco atendimento do lado sul-africano em final do ano.
A ministra respondeu que tomou notas e vai articular com outras instituições em Moçambique e com o governo sul-africano na solução das preocupações colocadas. Disse que no passado resolveu outros assuntos, incluindo a recuperação de mais de 320 milhões de randes de mineiros reformados e de outros já falecidos em Moçambique. Vitória Diogo disse que viúvas e ou familiares de falecidos já não viajam para tramitar processos de pagamento de pensões na África do Sul, porque tudo pode ser resolvido em Xai-Xai, província de Gaza.
São sucessos que Vitória Diogo conseguiu no seu mandato como Ministra do Trabalho, Emprego e Segurança Social, mas ainda não está totalmente satisfeita porque cerca de dois mil antigos mineiros que contraíram doenças ocupacionais nas minas ainda não receberam suas devidas indemnizações.
Para a ministra, os níveis de resposta ainda não são aqueles que gastaria apesar do rastreio e documentação canalizados às seguradoras na África do Sul.
A ministra Vitória Diogo apelou aos mineiros no activo na África do Sul a fazer recenseamento eleitoral para poderem escolher o seu Presidente da República em Moçambique nas próximas eleições.
Diogo convidou aos mineiros a buscar uma oportunidade para se deslocar ao país natal em Setembro, para ver o Papa Francisco, durante a visitar que o santo padre deverá efectuar no nono mês deste ano.
A visita de trabalho da ministra Vitória Diogo termina este Sábado.
Redacção