Medíocres!

Não há nenhum registo em que Moçambique se tenha destacado de modo positivo, desde que chegámos à independência. Perdemos tudo que tínhamos de melhor entre as nações e viramos um país pária, desprezível e conhecido por piores motivos tais como guerras, fome, perseguições políticas, corrupção. Até somos dos poucos países que conseguia fazer um volumoso calote de USD 2.256.50 mil a bancos estrangeiros e conseguimos enganar o povo e, o Banco Mundial e FMI. Os indivíduos que fizeram aquela trapaça são, ainda, protegidos pelo regime.

Somos dos poucos países cujo governo, para se manter no poder, teve a coragem de criar grupos armados – esquadrões da morte – para raptar e assassinar os seus opositores políticos ou com eles confundidos. Os mais sortudos, de entre as suas vítimas, foram raptados, torturados, quebrados os braços e as pernas com o aviso de que “falam demais. Apesar de todas as evidências de quem esteja por detrás desses crimes, nada lhes acontece.

Somos dos países que pedem dinheiro à comunidade internacional para fazer eleições de fachada cujos resultados são fabricados pelos órgãos eleitorais, polícia e homologados pelo Conselho Constitucional, uma autêntica célula do partido no poder.

Todos os pleitos eleitorais ocorridos até agora terminaram em conflitos, por falta de transparência. Eles aprenderam do grande mestre Joseph Stálin que ensinava que, “numa eleição, o que conta não são os votos depositados na urna, mas, o mais importante é quem conta os votos” – citado de memória. É o que temos vindo a assistir desde os primórdios da democracia multipartidária. É assim como se justificam as famosas e escandalosas “vitórias retumbantes, asfixiantes e convincentes” de que tanto se orgulham e se proclamam destinados por Deus para governarem o povo pela eternidade mesmo sem legitimidade.

Somos uma verdadeira raridade no mundo, pretensamente, civilizado e democrático, pela mediocridade, pela péssima qualidade dos serviços públicos e pelo empenho quase nulo do governo para melhorar a vida dos cidadãos do país. Apesar de sermos classificados como pertencentes ao primeiro pelotão dos países mais corruptos do mundo, não há, até agora, a demissão de um único membro do e executivo por práticas da corruptos. Ainda que alguns da turma se declarem e se gabem de nunca haver falha de comissões em empreitadas do governo. Eles continuam firmes nos seus postos de trabalho como se nada fosse com eles.

A impunidade aparece como um forte incentivo à pratica da corrupção. As instituições que devem velar pela legalidade estão amordaçadas pelo poder político e não se atrevem a agir contra, por temerem perder os seus empregos e as mordomias de que se rodeiam e para se defenderem do povo, criaram a sua polícia tão perigosa quanto eles que se chama Força de Intervenção Rápida que, ultimamente, se designa por Unidade de Intervenção Rápida.

Vivemos de mão estendida à comunidade internacional quando temos imensos recursos naturais e humanos. Temos uma das maiores barragens de geração de corrente eléctrica do mundo, possuímos 36 milhões de hectares de terra arável, três portos de águas profundas e cerca de 28 milhões de almas que bem poderiam dar um outro rumo ao país. Tudo isso de nada nos serve. Moçambique era, há cerca de duas décadas, um país privilegiado em complexos ferro-portuários que, hoje, são preteridos pelos países do hinterland devido ao excesso de burocracia. A HCB logo que passou a ser “nossa”, o preço da electricidade disparou, tornando-se acessível a poucos privilegiados.

EDWIN HOUNNOU

Este artigo foi publicado em primeira-mão na versão PDF do jornal Correio da manhã, na sua edição de 11 de Abril de 2019, na rubrica semanal denominada MIRADOURO

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