Divisão de África continua

Divisão de África continua – Líderes de potências ocidentais reuniram-se em Berlim de 15 de Novembro de 1884 a 26 de Fevereiro de 1885 para a divisão do continente africano em zonas de influência colonial, sem nenhum líder dos países africanos. O continente negro foi dividido.

O novo mapa de África foi imposto sobre cerca de mil culturas indígenas distribuídas em 50 porções chamadas países.

Hoje, cerca de 137 anos depois da conferencia de Berlim, as grandes potências mundiais, cada uma à sua maneira, procuram influenciar os líderes africanos para facilitarem a exploração dos recursos naturais em nome de cooperação.

França, que participou na conferência de Berlim, convidou15 líderes africanos a Paris esta semana para uma cimeira económica.

Mesmo a China, geralmente considerada neutra e inocente na exploração dos recursos naturais africanos, tem organizado reuniões com líderes africanos.

Os Estados Unidos da América, o Reino Unido e Europa Ocidental fazem “gentlemen meetings” com africanos.

Um académico moçambicano disse-me uma vez que com a interrupção do processo da colonização de África provocada por lutas armadas de libertação seguidas de independências, as potências ocidentais adoptaram novas formas de exploração dos recursos de África através de métodos mais sofisticados que incluem financiamento de conflitos armados ou guerras civis, corrupção generalizada das elites africanas e cimeiras económicas.

Em Dezembro de 2015, a China anunciou pacote financeiro de 60 mil milhões de dólares norte-americanos para os países africanos na cimeira realizada em Joanesburgo, África do Sul.

Cada um dos 54 países africanos interessados receberia um cheque de cinco mil milhões de dólares norte-americanos de ajuda gratuita.

Fazendo fé do velho adágio popular de economistas segundo o qual “não há tal coisa de almoço gratuito”, a China não é uma agencia de caridade para africanos. Dinheiro custa dinheiro.

A Europa Ocidental que colonizou África durante muitos anos tem condicionado os créditos a uma séria de aspectos com destaque para Direitos Humanos, esquecendo que a escravatura e o colonialismo que praticaram em África foram violação grosseira dos Direitos Humanos dos povos africanos.

Na África do Sul, o apartheid brutalizou africanos com apoio de países europeus ocidentais e hoje circulam vídeos nas redes sociais mostrando europeus e ou americanos a dizerem que África jamais será permitido desenvolver-se porque é fonte de recursos para o desenvolvimento da Europa, Estados Unidos e China.

Na primeira metade da década de 2000, na sequência de uma campanha bem-sucedida para perdão da dívida dos países mais pobres e mais endividados, os países industrializados anularam 40 mil milhões de dólares norte-americanos de dívida de 18 países dos quais 14 africanos, que incluem Moçambique.

Entretanto, hoje cerca de 20 anos depois os mesmos países estão de novo mergulhados em profundos poços de dívida contratada nos mesmos credores que ontem anularam 40 mil milhões.

A cimeira económica de Paris e um método sofisticado de marcar a influência francesa em África. (Divisão de África continua)

THANGANI WA TIYANI

Este artigo foi publicado em primeira-mão na versão PDF do jornal Redactor, na sua edição de 19 de Maio de 2021, na rubrica de opinião denominado O RANCOR DO POBRE

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