Dói ser negado

Alguns de nós sofremos golpe de amor. Fomos negados por aquela moça que tanto almejávamos e que nos víamos nela com um futuro sem furúnculo. Amor dói quando é negado. Uns, por causa desse golpe, tornaram-se homens frios e com espírito nietzschiano, ser dinamite, ser um caos em pessoa. Outros foram mais violentos e tornaram-se solteiros para o resto da vida.

Ser negado não é para miúdos. Às vezes, somos ingratos. Não analisamos os factos e não nos sentimos gerenciados e corremos para atirar pedras a quem abre o caminho. O senhor Manteiga está num bifódromo contra o seu chefe. Ali estão numa batalha épica em um estádio para cuspir barras sobre barras.

O Manteigas cuspiu barras em telas de televisões e o seu chefe cuspiu-as em telas do silêncio. Quem aqui iria aceitar ser negado? Já viram vocês negar aquele que trouxe a democracia? Aquele que tem um discurso eloquente e uma visão de águia? Vocês já viram aquele que em plena conferência de imprensa exalta os corruptos? Não dá negar, não é? Cada povo tem o líder que merece.

Estamos a ser ingratos. Momade não só quer governar o país, com visão da água, como também quer se manter no hotel. Por isso não pode um jovem qualquer estar lá. Ele e os seus amigos beneficiam-se da manteiga para esfriar os seus estômagos a cada manhã. Adoçar os seus lábios amanteigados e olhar o pão com características de edema devido à quantidade de manteiga. 

Há visão do país? Cada um interpreta as coisas conforme a sua vivência. Momade foi abandonado no altar diante do padre e ficou com as alianças no bolso. E agora? Com quem irá prender essas alianças? Em que dedo será colocada essa aliança?

Na negação do Momade há lições a tirar: que o país está a se preparar para uma nova fase da vida. O país está traçando o seu caminho; que os partidos devem ouvir as intenções do povo e não os seus cérebros congelados; e

que os pronunciamentos do Manteigas são uma espécie de pedra de gelo. Toda a pedra de gelo faz mal se deixada colada à pele por muito tempo. Que o Manteigas defende o seu pão e não quer nova fase do país. Dos guerrilheiros nesta nova era digital não têm nada a oferecer e deixar o país nas mãos do mais novo, não seria favor, mas imprimir o sonho do desenvolvimento e dinamizar a esperança de um povo desesperado. 

Negaram o estratega militar daquela formação política. Mas também o povo se livrou do novo caos. Um povo que não admite mudanças é um troco falhado no mercado. Um povo que tenta ser justo onde se instalou a injustiça atrasa a ruptura do tempo entre a dor e a cura. Pois o justo é fogo e carvão ao mesmo tempo. 

Moçambique não é um país de indivíduos acéfalos. Este país é de gente informada e que almeja um novo país a exemplo de outros mais desenvolvidos. Agora cabe a nós não aceitarmos meias verdades e muito menos esconder o nosso trombone para gritar vendo as injustiças. Não aceitemos mais ver pessoas sendo indicadas por terem experiência da guerra. A guerra acabou e as mentes devem se desfazer dela. A guerra fica para os guerreiros e a liberdade fica para os que sonham num lugar próspero. A guerra não desenvolve o país. O diálogo e a ciência sim. O nosso maior problema é a falta ou atraso de mudança de mentalidade. 

Agora devemos procurar intelectualidade e irrequietismo no quesito melhoria das condições de vida do povo moçambicano. Estamos a ser ingratos quando não defendemos o país e deixamo-lo sendo depenado por malfeitores. Estamos a ser ingratos quando temos medo da morte e nos entregamos facilmente aos opressores. Quem somos sem a luta pelo que cremos? Uma espécie de cogumelos numa peneira nas mãos de um adolescente. Dói sim ser negado! Mas esta não é qualquer negação. É uma negação inteligente e oportuna.

Negou-se o próximo caos. O próximo ponto de referência da fome e da miséria. Negou-se o próximo incongruente dos objectivos do país. Negou-se o próximo opressor. Não se negou um potencial candidato e nem visionário, mas uma doença mental.

JÚNIOR RAFAEL OPUHA KHONLEKELA

Este artigo foi publicado intitulado “Solidariedade social” foi publicado em primeira-mão na versão PDF do jornal Redactor, na sua edição de 08 de Janeiro de 2024, na rubrica OPINIÃO.

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