Doutores encadeirados

O processo de ensino e aprendizagem vem sofrendo metamorfoses que fazem dele um bicho sem sabor e uma casa sem janela. Ensino esse que passou de caminho da libertação para a produção de indivíduos com menos escrúpulos científicos.

Não há dúvidas e nem dívidas que se estão a formar cidadãos sem cidadania e muito menos patriotismo, não falo de profissionalismo, pois este não faz parte do compromisso dos formandos e formadores. Eles ocupam-se sonhando nos melhores salários, na exibição de títulos em salas de aula, na exibição das batas nos corredores de hospitais onde mal atendem e prendem o celular no ouvido e os dedos cravados na tela se amantizando com o telefone. 

Riem quando um aluno reprova e os que estão no ensino superior, se forem mulheres, as suas saias devem esquecer o zipe ou o cinto, elas devem cair com facilidade como se fosse uma fruta podre em cima da árvore.  

Os homens, depois que terminam as cadeiras, começam um novo curso extra-curricular, a caça ao orientador. Estes doutores amam a cadeira, odeiam a ciência e a cientificidade. São doutores de estômago, gananciosos e desprovidos da ciência pura. O academismo consumiu-os e viraram pacientes desse vírus que só pode ser curado por via de injecção. 

O medicamento para isso chamaria de cienticintimina e academixiolina para deixá-los em estado de êxtase por algum tempo. O académico que ama a cadeira, o escritório, a bajulação, o status quo, a fama é um analfabeto orgânico que, sendo banido da comunidade científica, não seria favor. 

A ciência aplicada puramente liberta cidadãos, salva povos, elimina misérias, trava guerras, prevê doenças, forma cidadãos do bem, incentiva a busca do conhecimento, repreende comportamentos desumanos, vigia a sociedade, transforma vidas, mantém a cultura, denuncia erros, etc. Ao passo que ciência aplicada impuramente é letal e ociosa. Produz lixo humano e pessoas dependentes de um sistema corrosivo.

Não é novidade hoje encontrar pessoas que não gostam mais do seu nome e gostam de ouvir “bom dia, doutor”. Olham o doutorismo como via de estado social mais elevado. Esses indivíduos são perigosos e podemos equipará-los a sol de 55⁰C, queima a pele e a epiderme causando câncer de pele. Esses doutores causam um estrago social e ajudam a destruir o tecido social descientificando as pessoas e desencorajando quem está para seguir o caminho da ciência. A esses pseudo-doutores, vai a nossa repugnação.

Se os doutores que se entregaram a libertar a África fossem tão gananciosos quanto os nossos actuais, o assunto até não teria sido ultrapassado (escravatura). Há vergonha alguém no nosso país ser chamado de académico, pois essa classe está sendo entendida como arrogantes, bajuladores, burladores de votos, assassinos, traficantes, mentirosos, entre outros atributos peçonhentos.

O doutorismo é um vírus que dizima muitas pessoas, que aborta, corrompe, castra, esteriliza muitas mentes em estado de incubação. A doença deste século ao menos no nosso país deixou de ser depressão ou HIV, mas o doutorismo

Ora vejamos, se você não chama alguém de doutor retira-lhe os seus direitos de cidadão. Pode não lhe atender nas instituições públicas. Pode reter o seu processo e nunca mais ter resposta. Pode combinar com o colega para prejudicar a sua vida ou mesmo pôr-lhe preso sob alegação de que o difamou. 

A cadeira é apenas um espaço para descansar e não se sentir dono de tudo. O poder aliena os pobres mentais e corrompe os gananciosos. Indivíduos de carácter mantêm a sua personalidade ainda com afrontas, ameaças, etc..

JÚNIOR RAFAEL

Este artigo foi publicado intitulado “Solidariedade social” foi publicado em primeira-mão na versão PDF do jornal Redactor, na sua edição de 27 de Novembro de 2023, na rubrica OPINIÃO.

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