E agora, “The Banker”?

Ernesto Gove, o mais recente antigo governador do Banco de Moçambique(BM), foi distinguido como o melhor governador do banco central em África de 2015 pela revista britânica “The Banker”, propriedade do jornal “Financial Times”.

A publicação justificou na altura a escolha de Gove pelo controlo que o Banco de Moçambique conseguiu na inflação, que registou uma taxa média de 2,69%, de Janeiro a Novembro do ano passado, e ter conseguido aumentar as reservas internacionais líquidas do país, de cerca de 1,7 mil milhão de euros, em 2009, para os actuais 2,5 mil milhões de euros, em 2014.

O “The Banker” também reconheceu o facto de o banco central moçambicano ter logrado reduzir as taxas directoras, de 16,5%, nos primeiros meses de 2011, para os actuais 7,5%.

Moçambique já não é o país mais pobre do mundo, como era na década de 1990. Na verdade, o país está agora entre as economias com mais altas taxas de crescimento em África, onde as expectativas são bastante promissoras”, referia um comunicado do Banco de Moçambique, que citava a revista britânica.

Segundo a “The Banker”, o Banco de Moçambique conseguiu estimular e estabilizar a economia moçambicana, atraindo mais bancos estrangeiros para Moçambique, como forma de criar mais concorrência e reduzir as taxas de juro.

Com a evidência dos contratos que temos estado a ler, no que tange à contratação da dívida oculta que se quis soberana, ficamos agora a saber que os documentos financeiros foram aprovados pelo Banco central de Moçambique, como indica um dos anexos dos contratos entre as empresas que pediram os empréstimos ao banco suíço, contrariando a versão de Ernesto Gove, antigo Governador do Banco de Moçambique, que disse a jornalistas que a instituição que dirigiu durante uma década desconhecia os empréstimos contraídos secretamente e sem a autorização da Assembleia da República, como manda a Constituição do nosso país.

O roteiro de mentiras começa a se destapar e estamos a espera da publicação das terras de Sua Majestade, Rainha Isabel, que se retrate…

 

Com todos estes cenários e já que perguntar não ofende: Irá “The Banker” recolher o galardão que deu a Ernesto Gove?

Autor: Luís Nhachote

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