Escolas para filhos do povo

Escolas – Nós que andamos pelos distritos e por terras recônditas conhecemos em que escolas estudam filhos do camponês e das pessoas humildes deste nosso grande e extenso país. Os nossos meninos estudam em piores condições comparadas por que passaram as gerações anteriores. Passam 44 anos depois que o país ascendeu à independência, mas a situação da educação vai de mal a pior.

As gerações que estudaram no tempo colonial ou a seguir à independência nacional ainda se devem lembrar que as suas escolas estavam equipadas com carteiras e bancos. Não estudavam encurvadas ao chão nem ao relento como os nossos meninos que frequentam escolas, por vezes, feitas de material precário como tábuas, matope e cobertas de capim. As escolas dos nossos filhos deveriam deixar o governo corado de vergonha porque o país dispõe de recursos financeiros bastantes para que as crianças tenham melhores condições. Escolas com carteiras tem que deixar de ser um negócio chorudo entre a classe dirigente e seus familiares, mas, uma obrigação do Estado.

A construção de salas de aulas condignas que não seja uma obra de organizações de caridade ou de ajuda às comunidades, porém, uma obrigação do governo em colocar salas de aulas condignas, equipadas com carteiras para as nossas crianças. É obrigação do Estado servir as comunidades. É dever do governo trabalhar em prol das populações. Massificar o ensino não deve constar do caderno das promessas de uma campanha eleitoral. Filipe Nyusi vem fazendo mil promessas como estivesse na oposição.

É nestas condições que estudam os filhos do “maravilhoso povo” moçambicanos

O governo não tem que aparecer em comícios populares de uma campanha eleitoral a prometer que vai construir uma escola de alvenaria equipada com carteiras. Quando assim acontece, como vemos e ouvimos, é, sem dúvida, que estamos a viver numa sociedade doente cuja receita medica é mudar o governo através de eleições justas, pacíficas, transparentes e com o território aberto a todos os partidos e organizações concorrentes, por termos chegado ao extremo.

Não pode haver para mais paciência nem para um mandato porque deixou projectos por terminar, como alguém anda por aí a dizer. Se não terminaram qualquer obra a culpa não é do povo, mas, deles, os governantes. Tiveram a oportunidade para demonstrar bom serviço ao povo, todavia, limitaram-se a roubar, a extorquir e a fazer calote, ao invés de trabalharem.

Em sociedades modernas e democráticas, os governos resistem não pela força das armas, mas, pelo seu bom desempenho. Quando trabalham pelo desenvolvimento da sociedade, depois de cinco anos, são reconduzidos para mais um mandato, não precisando de artimanhas como socorrer-se às forças especiais para silenciar as vozes discordantes nem amedrontam às populações nem precisam de manipular os resultados eleitorais.

Não precisam da “ajudazinha” dos observadores de potencias internacionais que têm os olhos postos nos nossos recursos para se sentirem legitimados no poder que acabam de assaltar. As suas obras são a sua melhor defesa e elas falam por si.

No nosso país para ser reeleito não precisa mostrar obras, basta ter a FIR, os órgãos eleitorais – STAE, CNE, polícia, Conselho Constitucional e os tribunais. É tudo quanto baste para garantir uma vitória retumbante, convincente e asfixiante.

O voto do povo, em regimes ditatoriais não decide nada, em regimes ditatoriais. O que importa mesmo são os que contam os votos. Fica, desse modo, explicado por que os ditadores não deixam o poder pela decisão do voto. Os ditadores têm muito medo do povo na rua. Eles conhecem a força de um povo consciente, por isso, começam por embrutecer o sistema de educação.

Os regimes trapaceiros, para se perpetuarem no poder, empenham-se em destruir, antes de mais, a educação. Os alunos chegam a concluir o nível secundário sem saber ler e escrever. Não sabem fazer conta elementar de matemática. Alguns chegam a concluir o nível universitário com problemas de escrita e de compreensão de qualquer conteúdo.

A construção de salas de aulas não deve relegada às organizações de caridade internacional ou de ajuda às comunidades, porém, uma obrigação do governo.

É obrigação do Estado servir as comunidades. É dever do governo trabalhar em prol das populações. Um ensino de qualidade não deve constar do caderno das promessas da campanha eleitoral. O emprego não deve sair da cartola das promessas eleitorais.

O governo não tem que aparecer em comícios populares de uma campanha eleitoral a prometer que vai construir uma escola de alvenaria equipada com carteiras, pois, é sua obrigação constitucional.

Quando assim acontece, como vemos e ouvimos, deve-se ao facto de vivermos numa sociedade doente cuja receita médica é mudar o governo através de eleições justas, pacíficas, transparentes e com o território aberto a todos os partidos e organizações concorrentes. Não pode haver para mais paciência nem para um mandato porque deixou projectos por terminar, como Filipe Nyusi anda a dizer. Se não terminaram qualquer obra a culpa não é do povo, mas é dos governantes. Tiveram a oportunidade para demonstrar serviço, todavia, limitaram-se a roubar e a fazer calote.

Pode verificar as várias publicações no Facebook para ver a vergonha por que passamos. Uma vez, vi uma recém-graduada toda orgulhosa e com as roupas de graduação escrevendo assim: “missão cumprida”. Meu Deus, como é possível tamanha barbaridade! Por que universidade passou essa senhorita? Casos do género são aos montes, nos dias que correm. Graduados desse nível são lançados ao mercado de trabalho às toneladas para legitimarem um sistema ineficaz e embrutecedor.

EDWIN HOUNNOU

Este artigo foi publicado em primeira-mão na versão PDF do jornal Correio da manhã, na sua edição de 08 de Outubro de 2019, na rubrica semanal denominada MIRADOURO

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