Está lindo o mapa político

Mapa político – Decorreu, dia 10 deste Outubro, a votação no âmbito das quintas eleições autárquicas de Moçambique pós-independência.

Está a ser um processo possível, mas não o desejado. Basta ver as denúncias clamorosas de muitos residentes dos municípios da Matola, Chimoio, Quelimane e Nampula, por exemplo.

Diz-se que na Matola houve mesmo “muitos enganos ou milagres”…

Deliberadamente ou não, alguns dos intervenientes mal interpretaram e executaram os seus papéis, perigando todo um processo que, aparentemente, não descambou. Ninguém deve esquecer ou fingir que não sabe que violência gera violência, em qualquer parte do mundo.

Presidente Nyusi exibindo o dedo indicador após votar
Presidente Nyusi exibindo o dedo indicador após votar

Com mais lisura os resultados seriam outros e todos ficaríamos a ganhar. Afinal eleições autárquicas deviam ser vistas como um processo/momento em que filhos da mesma casa se reúnem para repartir, entre si, o que a todos pertence.

Infelizmente, ainda não atingimos a “maioridade” desejada e ainda há irmãos que assacam epítetos pejorativos uns aos outros, se achincalham, se agridem, esquecendo-se que somos todos filhos da mesma mãe, apenas com diferença das maternidades onde este Moçambique nos pariu, e, acima de tudo, somos todos “passageiros” neste mundo e na hora da partida para o além ninguém daqui leva(rá) seja o que for.

Ninguém é mais moçambicano que outro e não acredito que entre todos nós haja um só santo, para servir de amostra, pelo menos.

Fois nestas condições que decorreu a votação no dia 10Out18o
Fois nestas condições que decorreu a votação no dia 10Out18

Julgo ser chegado o momento de acompanhar/apoiar os esforços do Presidente da República, Filipe Jacinto Nyusi e do actual coordenador da Comissão Política da Renamo, Oussufo Momade.

Vamos todos desencorajar os fundamentalistas e disso fingidos, acocorados no seio dos partidos Frelimo e Renamo que, muitos deles assim agem por interesses pessoais e/ou de grupos e não por princípios ideológicos (se é que alguns sabem o que é isso), apenas para dar nas vistas junto das respectivas lideranças. Devem, todos eles, serem mandados encher a boca de moscas noutras freguesias, que aqui em Moçambique nós queremos paz, de verdade, para desenvolver o país, porque de riquezas abundantes a mãe natureza bem nos brindou.

Sem tolerância real não há justiça nem paz efectiva e sem paz efectiva não há desenvolvimento.

Me vejo na contingência de louvar, especialmente, o actual Presidente da República de Moçambique, que, salvo erro, fez a diferença: em nenhum momento apareceu em defesa aberta dos candidatos do partido a que preside, evidenciando, desta forma, que é pai de todos os moçambicanos. Parabéns Presidente Nyusi!

Está lindo o mapa político de Moçambique, tendo em vista os resultados parciais das eleições autárquicas de 10 deste Outubro. Acredito que a mensagem foi clara e chegou a todos os destinatários, não obstante alguns ruídos pelo meio.

Aqueles que sem mácula fazem o seu papel em processos eleitorais em Moçambique
Aqueles que sem mácula fazem o seu papel em processos eleitorais em Moçambique

Até porque para uma melhor leitura do deslinde deste esforço cada concorrente devia avaliar o que investiu, e como, e depois olhar para os resultados que lhe são atribuídos pela coligação CNE/STAE e que serão religiosamente homologados pelo Conselho Constitucional.

Mesmo não concordando plenamente com eles, todos os concorrentes deviam aceitar estes resultados e começar a preparar as eleições previstas para Outubro de 2019, com uma chamada de atenção aos que prevaricaram neste pleito para que saibam que todos os partidos são integrados por moçambicanos com direito a pensar diferente.

Agora quem acha que porque uma determinada “fatia do bolo” ficou com este ou aquele deve ir fixar residência na Somália disso está livre e que tenha uma boa viagem e, querendo, de quando em vez faça uma visitinha à terra que o viu nascer, que será sempre bem-vindo!

REFINALDO CHILENGUE

PS: Gostaria de reiterar um apelo: nas vésperas dos próximos pleitos eleitorais melhor concentrar os esforços e recursos da educação cívica para os integrantes dos órgãos eleitorais (STAE e CNE), do Conselho Constitucional e da Polícia da República de Moçambique e não aos eleitores, porque esses precisam mesmo!

Ou precisamos de um restart, uma vez que em algumas autarquias, devidamente identificadas, demora muuuuuuuuito a processar?

Até parece brincadeiras de crianças. Mas enfim…

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Este artigo foi publicado em primeira mão na versão PDF do jornal Correio da manhã, edição de 12 de Outubro de 2018 na rubrica semanal TIKU 15!

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