Ponte Maputo-KaTembe

A ponte Maputo-KaTembe poderá ser inaugurada oficialmente no próximo dia 10 de Novembro, coincidindo com a passagem do 131º aniversário da elevação da capital de Moçambique ao estatuto de cidade.

A informação foi apurada pelo Correio da manhã de algumas fontes envolvidas na construção do empreendimento, mas não confirmada nem desmentida por fonte oficial da empresa Maputo Sul, responsável pela obra.

Sintomaticamente esta segunda-feira iniciou o que se pode considerar de fase final de aprimoramento do empreendimento, justamente na zona que constituiu o último a desfazer durante o braço-de-ferro que se assistiu durante a construção da mega empreitada: Nwankakana.

Um comunicado da empresa Maputo Sul adverte o público de que estão em marcha “trabalhos de manutenção periódica” na Praça 16 de Junho, mais conhecida por Nwankakana, entre os dias 14 deste Outubro e 09 de Novembro, justamente um dia antes da provável inauguração oficial da infraestrutura.

“Não sei, estou a saber agora consigo. É a primeira vez a ouvir”, foi nestes termos que reagiu, ao nosso pedido, uma fonte do sector de comunicação da empresa Maputo Sul, quando abordada esta segunda-feira pelo Correio da manhã para comentar a informação que está a circular na capital de Moçambique.

Foram numerosas as datas indicadas por governantes e responsáveis pela construção da obra para a sua inauguração, mas todas elas não cumpridas, até que se deixou de falar de deadlines exactos, sendo o mais prudente publicamente assumido o “ainda este ano”, pronunciado em 12 de Junho deste 2018 pelo porta-voz da sessão do Conselho de Ministros realizada nesse dia, Armindo Ngunga.

Foi em 10 de Novembro de 1887 que a então cidade de Lourenço Marques foi elevada à categoria de cidade. A urbe passou a designar-se Maputo, depois da independência nacional, uma decisão anunciada em comício pelo então Presidente da República popular de Moçambique, Samora Moisés Malengane Machel, a 3 de Fevereiro de 1976, dia consagrado aos heróis nacionais, por assinalar a data do assassinato do primeiro presidente da Frelimo, Eduardo Chivambo Mondlane.

A data inicial da conclusão das obras iniciadas em 2014 era Dezembro de 2017, o que não aconteceu.

O presidente do Conselho de Administração da empresa Maputo Sul, Silva Magaia, disse, nos princípios deste 2018, que as obras seriam entregues em Abril, mas tal também não passou de promessa.

A última garantia deixada por Magaia foi de que a ponte seria entregue até finais do primeiro semestre, mas igualmente debalde.

Uma disputa com alguns vendedores do mercado de Nwankakane (já ultrapassado em pleno) foi o último argumento usado pelos responsáveis da empresa Maputo Sul para justificar os sucessivos adiamentos da conclusão e entrega formal da majestosa infraestrutura que está a mudar positivamente o visual da cidade de Maputo.

É elevada a ansiedade dos residentes dos dois lados da baía de Maputo, e não só, pela inauguração da ponte. Muitos acreditam que a infraestrutura vai aliviar o sofrimento na travessia e trazer melhorias múltiplas e significativas para ambos lados da antiga cidade de Xilunguine, Kanpfumo ou Delagoa Bay.

Uma vez concluída e entregue esta infraestrutura financiada por linhas de crédito da República Popular da China, ostentará oficialmente o estatuto de maior ponte suspensa de África.

A construção da Ponte Maputo-KaTembe está a consumir oficialmente pouco mais de USD 800 milhões (incluindo cerca de 200 quilómetros de acessos, e outras cinco pontes-viaduto de pequena e média envergadura, entre a cidade de Maputo e a Ponta do Ouro, junto à fronteira de Kosi Bay, com a vizinha República da África do Sul.

É a empresa empreiteira, China Road and Bridge Corporation (CRBC) que está a erguer a obra através do “project manager” Bai Pengyu.

Redacção

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