Experiência do Alen Unit

Experiência do Projecto Alen Unit da Guiné Equatorial pode ser aproveitada nos projectos de GNL na província de Cabo Delgado, Norte de Moçambique.

Fontes próximas da comitiva que recentemente acompanhou Filipe Jacinto Nyusi, chefe de Estado de Moçambique à Guiné-Equatorial, referem que esta matéria esteve no centro das conversações que o estadista moçambicano manteve com Gabriel Obiang Lima, ministro de Minas e Hidrocarbonetos e filho do Presidente equato-guineense, Teodoro Obiang.

Gabriel Obiang levou Nyusi à ilha nordestina de Bioko, onde foi apresentar ao estadista moçambicano o projecto em Punta Europa (Terminal GNL) como exemplo da monetização do gás em África.

De resto, estava sublinhado na agenda da visita de Filipe Jacinto Nyusi a Guiné-Equatorial que a mesma tinha como um dos desígnios principais a “troca de experiências no âmbito da exploração de hidrocarbonetos, particularmente o petróleo e gás”, bem como “a prospecção de mercado” para exportação de produtos moçambicanos.

Filipe Nyusi visitou Guiné Equatorial no início deste Junho, acompanhado por membros do Governo de Moçambique, com destaque para responsáveis por sectores ligados à economia, incluindo o ministro dos Recursos Minerais e Energia, Carlos Zacarias.

Parte do complexo Alen Unit

O Projecto Alen Unit, em tempos tido como estratégico, está em crise desde 2017, 10 anos após o início de produção, devido ao esgotamento do bloco de Alba, que alimenta o terminal. As expectativas vão agora para o projecto Alen, que iniciou recentemente produção.

A fábrica de GNL em Punta Europa é propriedade da Marathon Oil, da estatal Sonagas e das japonesas Mitsui e Marubeni.

A Marathon está agora envolvida no desenvolvimento de uma central de armazenamento de GNL virada para a exportação regional, ainda em projecto.

O Projecto Alen Unit envolve consórcios liderados pela Chevron e Atlas Petroleum International.

A capacidade de decisão do governo da Guiné Equatorial no sector está dependente das decisões de investimento de multinacionais como a ExxonMobil, Chevron ou Shell, situação que se assemelha à de Moçambique, inexperiente no sector e dependente da avaliação da situação em Cabo Delgado pela Total, ExxonMobil, Eni e Mitsui, entre outros.

Outras esferas

Durante a visita da delegação moçambicana à Guiné Equatorial, representantes dos dois governos assinaram um acordo para supressão de vistos, facto enfatizado nos discursos oficiais da praxe de Filipe Nyusi e Teodoro Obiang.

“Nós, os países africanos, devemos apostar na cooperação”, declarou Teodoro Obiang, tendo Nyusi replicado com a afirmação de que “mais uma vez trata-se da expressão da CPLP – Comunidade dos países de Língua Oficial Portuguesa -, que defende que as portas do nosso país devem estar abertas para a economia poder funcionar”.

O acordo sobre a supressão de vistos abrange passaportes diplomáticos e ordinários, visando dinamizar as relações económicas entre os dois Estados e facilitar a mobilidade, um objetivo assumido no quadro da CPLP, da qual os dois países fazem parte, juntamente com Angola, Brasil, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Portugal, São Tomé e Príncipe e Timor-Leste.

Além do acordo para supressão de vistos, Moçambique e Guiné Equatorial também assinaram um acordo para cooperação na área da cultura.

Edelvina Materula, a ministra da Cultura e Turismo e Silvino Moreno, titular da Indústria e Comércio, integraram, também, a comitiva de Nyusi à Guiné-Equatorial.

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