Filipo mata e devasta em Inhambane

O rescaldo preliminar aponta para um óbito, sete feridos e destruições em diversas infra-estruturas e bens na sequência da passagem da tempestade tropical severa Filipo pela província meridional moçambicana de Inhambane, esta terça-feira.

O óbito ocorreu no distrito de Morrumbene e foi causado pela queda de um coqueiro sobre a casa onde a vítima se encontrava a dormir.

Além de matar e ferir sete pessoas, a tempestade provocou um rasto de destruição de infra-estruturas públicas e privadas.

Dados preliminares indicam que o temporal destruiu mais de quinhentas casas, deixando perto de três mil pessoas ao relento, sobretudo nos distritos de Vilanculo e Morrumbene.

Nestes dois distritos, com um potencial turístico invejável, foram abertos três centros de acomodação, onde estão acolhidas catorze famílias.

A tempestade tropical severa Filipo impactou negativamente também nos sectores de Educação, Saúde, Turismo, Justiça e Transportes.

Até aqui se contabilizam trinta salas de aula, catorze unidades sanitárias e o edifício da Procuradoria Distrital de Vilanculo destruídos pelo temporal que teve como porta de entrada o distrito de Inhassoro.

Nos distritos afectados pela tempestade tropical Filipo, mais de cinco mil pessoas ficaram desprovidas de corrente eléctrica devido à queda de postes que transportam a energia.

Na área do Turismo, cento e cinquenta estâncias turísticas foram destruídas na cidade de Vilanculo, o que poderá retrair o movimento de visitantes que era esperado durante o período da Páscoa que se avizinha.

No sector da Agricultura, há extensas áreas com culturas diversas submersas, o que poderá agudizar a situação da fome que já afecta vinte e nove mil famílias.

A área de transportes não escapou à fúria da tempestade Filipo, tendo sido destruídas mais de cinquenta embarcações ao longo da costa.

O delegado do Instituto Nacional de Gestão e Redução do Risco de Desastres (INGD) em Inhambane, Gilberto Miguel, disse que, neste momento, equipas multissectoriais trabalham nos distritos de Vilanculo, Inhassoro, Govuro, Morrumbene, Massinga, cidades de Inhambane e Maxixe para um levantamento pormenorizado dos danos provocados pela tempestade Filipo.

Miguel aventa a hipótese de o número de vítimas vir a subir tendo em conta que, durante o pico da tempestade, não era possível escalar algumas zonas, dado que nem sequer era possível a comunicação telefónica.

A fonte assegura, no entanto, que as famílias afectadas pelo fenómeno terão assistência do INGD e de outras instituições parceiras.

JOÃO PAULO, correspondente em Inhambane

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