Fim das sanções: Zimbabué

Fim das sanções – O Presidente moçambicano, Filipe Nyusi, pede o fim das sanções dos Estados Unidos da América (EUA) e da União Europeia (UE) contra o Zimbabué.

“Mais uma vez reiteramos o apoio de Moçambique para que seja resolvido o problema das sanções contra o Zimbabué: os problemas não podem perdurar por 20 anos e não se resolverem, como se fosse um ódio”, referiu Nyusi.

O chefe de Estado moçambicano falava na passada sexta-feira no final de um encontro à porta fechada entre os dois presidentes na cidade da Beira com Cabo Delgado e a cooperação bilateral na agenda.

“O diálogo de que muitas vezes falamos é a solução. E medidas podem ser desenhadas para permitir a libertação económica do Zimbabué, para o país dar o seu contributo, em primeiro lugar, para o seu povo”, mas também para África e o mundo inteiro, referiu.

Filipe Nyusi considerou positiva a posição do país vizinho: “Não vemos resistência por parte do Zimbabué em aderir a mudanças exigidas e algumas até já foram feitas”, sublinhou.

As sanções foram impostas desde 2001, ainda durante a governação do ex-presidente Robert Mugabe.

Os EUA e União Europeia adoptaram sanções em protesto contra a alegada violência política e atentados aos direitos humanos – sendo que em 2014 a UE suspendeu a maior parte das sanções sobre o Zimbabué, mas o país continua à margem das relações financeiras e comerciais internacionais.

Moçambique, país vizinho e crucial para o comércio externo zimbabueano, dado o acesso ao Índico pelo porto da Beira, é um dos países que ​​​​​​​regularmente tem questionado a vigência das imposições.

“Aliado natural” de Moçambique

Nyusi considera o Zimbabué como um “aliado natural” de Moçambique.

“A gestão coletiva com o Zimbabué é inevitável, é um aliado natural”, referiu Nyusi, a propósito de um empreendimento conjunto de gestão de recursos hídricos, mas sugerindo proximidade em relação a outros novos projectos que os dois países têm em discussão.

“A relação bilateral com o Zimbabué acaba por ser de irmandade, mesmo”, disse – os dois países partilham uma longa extensão de fronteira e um corredor económico que liga Harare ao porto da Beira, fulcral para o comércio externo zimbabueano.

Emmerson Mnangagwa efectuou na passada sexta-feira uma visita de um dia a Moçambique, com estadia na cidade da Beira, onde juntamente com Filipe Nyusi inauguraram um conjunto de locomotivas e carruagens fornecidas pela Índia, parte das quais vão ligar os dois países.

Uma cerimónia com apelos de ambos ao envolvimento de empresários dos dois lados da fronteira em investimentos conjuntos, aproveitando o corredor de transportes que vai do porto da Beira até à fronteira de Machipanda e depois até Harare, criando “sinergias” que “melhorem o ambiente de negócios”, disse Nyusi.

Questionado sobre que outros investimentos podem vir a juntar os dois países, o Presidente moçambicano deu alguns exemplos.

Desde logo na área da energia – em que Moçambique já fornece o Zimbabué através da albufeira de Cahora Bassa -, considerando que o país vizinho é “um mercado seguro”, além de outros da Comunidade de Desenvolvimento da África Austral (SADC).

Há também estudos para parcerias ao nível da agricultura, dada a “conhecida experiência” do Zimbabué na área, e projectos em análise no sector da gestão de recursos hídricos – como o rio Zambeze que atravessa os dois países, leito de Cahora Bassa, principal barragem hidroelétrica moçambicana.

“No nosso país a água mata, porque chove muito e há inundações” ou porque noutros locais não existe em quantidade, referiu Nyusi. (Fim das sanções)

Redactor

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