Fronteira de Palma (com Tanzânia) preterida

Fronteira de Palma – Oficialmente reaberta no passado dia 1 deste Junho, a fronteira de Palma/Namoto está a ser preterida pelos putativos utentes, em larga escala devido à precariedade da via, depois de um longo período de desuso, por causa da insurgência promovida por células armadas extremamente violentas, aparentemente de inspiração islâmica.

Nem os repetidos anúncios das autoridades da disponibilidade do posto fronteiriço basta para persuadir as pessoas a usarem esta passagem fronteiriça, de acordo com fontes do jornal Redactor.

Ao que apurámos, desde a reabertura oficial do posto de travessia situado a aproximadamente 430 quilómetros de Pemba, capital da província de Cabo Delgado, apenas a primeira e única viagem inaugural de ida e volta, com escolta militar, foi efectuada.

Os que participaram nesta viagem falam de um itinerário extremamente precário, caracterizado por mata densa, agravando os riscos para os meios circulantes e passageiros.

Sabe o Redactor que o Governo da Tanzânia muito se empenhou em ajudar a parte moçambicana na reparação de alguns meios circulantes, com destaque para as embarcações usadas para o transporte de pessoas e mercadorias, depois de um longo período estagnados e muitos deles já enferrujados.

A secção rodoviária Ntambaswara-Negomano é apontada como a mais lastimosa, principalmente após a época chuvosa (Outubro/Abril), de acordo com as nossas fontes em Cabo Delgado.

Se dantes o troço Ntambaswara-Mueda, aproximadamente 180 quilómetros, era percorrido em sete horas, hoje o mesmo chega a ser feito em três ou quatro dias.

Refira-se que estes itinerários são feitos com a cobertura de escolta militar, em colunas, acrescendo riscos de quem estiver num veículo que por qualquer eventualidade fique avariado durante o trajecto, numa região em que, amiúde, são relatados episódios de condutas desordeiras de alguns elementos das Forças de Defesa e Segurança (FDS) moçambicanas.

Diz, por exemplo, uma publicação que acompanha a situação em Cabo Delgado que nos dias recentes não ocorreram actividades armadas relevantes de insurgentes, que, de resto, quando aparecem nas comunidades “convivem” com os residentes, numa postura ultimamente recorrente, aparentemente para conquistar a simpatia dos nativos.

Em contrapartida, são reportados “incidentes que reflectem a falta de disciplina das Forças de Defesa e Segurança (FDS) de Moçambique”.

Pode ler-se numa das mais recentes edições da publicação “Cabo Ligado” que “os únicos avistamentos de insurgentes registados foram no distrito de Macomia, onde bandos de combatentes continuam a circular ao longo da costa em torno de Pangane sem serem confrontados pelas FDS”.

Depois de detalhes circunstanciais, a fonte diz que, “na localidade de Mocímboa da Praia, um homem, conhecido como Kiloba, foi agredido fisicamente na zona do cemitério do bairro da Pamunda por um elemento embriagado das FDS”.

“O militar pediu a Kiloba que o acompanhasse ao quartel depois de comprar cigarros e agrediu-o quando este recusou”, diz a fonte que temos estado a citar.

O Cabo Ligado acrescenta ainda que, “em Salaue, no distrito de Ancuabe, membros das Forças Armadas de Defesa de Moçambique (FADM) e da Unidade de Intervenção Rápida (UIR) envolveram-se em escaramuças, alegadamente por causa de mulheres, e trocaram tiros, deixando a população local em pânico, segundo uma fonte local”.

“Não foram registadas vítimas. As forças de segurança da área são conhecidas pelo seu comportamento desordeiro”, prossegue a fonte publicada no dia sete de Junho de 2023 e consultada pelo jornal Redactor.

A fonte acrescenta ainda que, no dia 24 de Maio, “um militar das FADM agrediu uma mulher grávida em Silva Macua, também em Ancuabe”.

Diz ainda a mesma publicação que, no início de Abril, “uma fonte informou que membros da UIR embriagados em Salaue haviam assediado, espancado e sequestrado civis”.

“Tais incidentes são susceptíveis de aumentar a tensão nas relações entre civis e forças de segurança. Esta tensão manifestou-se na vila de Mocímboa da Praia, no dia 30 de Junho, quando um grupo de pessoas agrediu um alegado agente do Serviço Nacional de Investigação Criminal, depois de o agente ter ameaçado um cidadão”, adverte o documento.

Redactor

https://bit.ly/41XbJTI

Este artigo foi publicado em primeira mão na edição em PDF do jornal Redactor do dia 13 de Junho de 2023.

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