Guebuza ouvido ou não?

Guebuza ouvido ou não em sede de tribunal? Esta é a pergunta que começou a pairar esta semana quando o juiz Efigénio Baptista anunciou um novo agendamento para a audição dos declarantes no caso das chamadas “dívidas ocultas”, sem se referir ao nome do antigo Presidente da República, Armando Emílio Guebuza, inicialmente apontado.

No entanto, ao que o Redactor apurou, o antigo estadista deverá, de facto, ser ouvido ainda este ano, justamente no próximo dia 28 deste Dezembro, caso não surjam novos percalços substanciais ao longo do julgamento deste mega escândalo que deixou Moçambique de rastos, económica e financeiramente.

Na verdade, desde que foi despoletado o escândalo financeiros de mais de dois mil milhões de dólares norte-americanos, Armando Emílio Guebuza tem-se manifestado disponível para prestar esclarecimentos.

Numa aparente demonstração de que nada teme do que se passa na tenda erguida na sede da Brigada Operativa (BO), o antigo Presidente da República esteve presente, aparentemente relaxado, nos dias em que o seu filho Armando Ndambi Guebuza, foi ouvido no mesmo caso, na qualidade de arguido preso.

A lista divulgada esta segunda-feira pelo juiz Efigénio Baptista destacava, entre outros declarantes, a antiga directora nacional de Tesouro no Ministério da Economia e Finanças, Maria Isaltina Lucas, que será ouvida no dia 7; o antigo ministro das Pescas, Víctor Borges (9); o antigo ministro do Interior, Alberto Mondlane (10) e no mesmo dia, o advogado Alexandre Chivale (esperando-se que o tribunal decida antes sobre o requerimento que submeteu para não ser ouvido nesta qualidade).

No dia 14 será ouvido ministro da Economia e Finanças, Adriano Maleiane, e Waldemar de Sousa, antigo administrador do Banco de Moçambique.

O escândalo financeiro está relacionado com empréstimos no valor de 2,2 mil milhões de dólares, contraídos entre 2013 e 2014 junto das filiais britânicas dos bancos de investimentos Credit Suisse e VTB pelas empresas estatais moçambicanas ProIndicus, Ematum e MAM.

As dívidas foram secretamente avalizadas pelo Governo, na altura liderado por Armando Emílio Guebuza, sem o conhecimento do Parlamento e do Tribunal Administrativo.

Além do processo principal, a justiça moçambicana abriu um processo autónomo em que várias outras pessoas são suspeitas de participação no esquema, incluindo o antigo ministro das Finanças, Manuel Chang, o então governador e ex-administradores do Banco de Moçambique, para além de antigos executivos do Credit Suisse, instituição bancária que viabilizou os empréstimos.

Sobre o caso foram também abertos processos judiciais nos EUA e em Inglaterra e há uma lista de indivídos nacionais e estrangeiros que estao a ser buscados para responder sobre os mesmos. (Guebuza ouvido ou não)

Redactor

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