Guerrilheiros da RENAMO
Guerrilheiros da RENAMO continuam nas suas bases militares e de lá só sairão com garantias claras de que voltarão para casa “com dignidade” e que alguns deles estarão integrados no Serviço de Informação e Segurança do Estado (SISE), de acordo com o respectivo líder, Ossufo Momade
Estas afirmações são atribuídas ao presidente da RENAMO, Ossufo Momade, em comunicado emitido esta quarta-feira pelo Departamento de Imprensa do maior partido da oposição de Moçambique.
De acordo com o comunicado, Momade terá proferido estas declarações em Haia (Reino dos Países Baixos), onde se encontra desde segunda-feira em visita de trabalho, acompanhado por quadros do seu partido, designadamente alguns membros da Comissão Política, deputados e chefes de departamento nacional.
O comunicado refere que esta terça-feira Ossufo Momade manteve um encontro com o Director do Instituto Holandês para a Democracia Multipartidária (NIMD) “onde partilhou alguns desafios sobre do partido para os próximos anos, tendo em conta o início de um novo ciclo de governação”.
“A desmobilização dos militares é uma prioridade para a RENAMO. Mas os nossos militares ainda estão nas nossas bases porque a desmobilização é um processo e deve decorrer de forma condigna”, diz o documento.
Ossufo Momade, que deverá terminar a sua visita a Holanda esta sexta-feira, sublinha igualmente pretende ver incorporados alguns dos actuais guerrilheiros da em todas as esferas das Forças de Defesa e Segurança do Estado, incluindo na secreta nacional, o SISE.
“Insistimos que os nossos homens devem estar enquadrados em todos os ramos das Forças de Defesa e Segurança, incluindo o SISE, pois é lá onde são feitas manobras que desestabilizam o país, como são os casos de perseguições de membros dos partidos políticos, da sociedade civil, manobras eleitorais, entre outras”, vincou o líder da RENAMO
Ataques no centro
Ossufo Momade distanciou o seu partido dos ataques que se registam na região Centro de Moçambique, salientando que “a RENAMO está focada no processo de Desmobilização, Desarmamento e Reintegração (DDR) ”.
Assacou a autoria dos referidos ataques aos dissidentes da RENAMO que se opõem à sua liderança do partido em substituição do falecido Afonso Dhlakama.
“Os ataques que estão a ocorrer no país, mais concretamente na região centro, não tem a ver com a RENAMO. Eles [os autores dos ataques] dizem que não concordam com o Ossufo e atacam a população, viaturas e até instituições. O que tem a ver estes alvos com o facto de estarem contra Ossufo Momade? Estas pessoas estão a agir por conta própria. A RENAMO continua focada na implementação dos acordos assinados no âmbito do DDR”, prosseguiu Ossufo Momade.
De acordo com o comunicado que a RENAMO enviou ao Correio da manhã, na tarde de terça-feira Ossufo Momade realizou uma visita ao Parlamento e na manhã de hoje esteve reunido com representantes do Comissão de Eleições com que falaram do funcionamento do órgão e da gestão dos processos eleitorais.
Ainda no decurso da visita que efectua ao Reino dos Países Baixos, Ossufo Momade tenciona manter encontros com representantes do Ministério dos Negócios Estrangeiros, dos partidos políticos, gestores municipais e académicos.
(Correio da manhã de Moçambique)