Ivone Soares como reage

Ivone Soares – O Correio da manhã abordou, na tarde desta terça-feira, a chefe da bancada parlamentar da RENAMO na Assembleia da República para saber do seu posicionamento face à advertência do presidente da Junta Militar da RENAMO relativamente ao Acordo de Paz e Reconciliação Nacional que esta semana vai a debate no Parlamento.

Concretamente o Correio da manhã colocou à Ivone Soares a seguinte questão:

O general Mariano Nhongo disse que iria falar com a chefe da bancada parlamentar da RENAMO para acertar o sentido de voto ao Acordo de Cessação Definitiva das Hostilidades Militares e ao Acordo de Paz e Reconciliação Nacional. O que ficou decidido?

Ivone Soares: Estive fora do país. Nem o general nem o partido me abordou dessa decisão que me coloca.

Correio da manhã: Ele (Nhongo) diz que quem aprovar o acordo estará a provar uma nova guerra para Moçambique. Qual será o sentido de voto da bancada de que é chefe?

Votará a favor?

Vai se abster?

Vai votar contra?

Ivone Soares: (manteve se em silêncio e mais não disse)

Manteigas diz que a RENAMO votará a favor

José Manteigas, porta-voz oficial do partido RENAMO

O Correio da manhã contactou José Manteigas, porta-voz oficial do partido RENAMO a nível nacional e colocou a mesma questão, nos termos seguintes:

Correio da manhã – Qual vai ser o sentido de voto da RENAMO no Parlamento face ao Acordo de Paz e Reconciliação Nacional?

José Manteigas: A RENAMO vai votar a favor porque nós somos pela paz. Assinamos o acordo pela mão do presidente do partido, sua excelência general Ossufo Momade e este partido é dirigido por ele. A bancada parlamentar age e actua sob orientação do presidente do partido, por via disso, sob orientação do senhor presidente, a bancada não vai ter outro posicionamento que não seja sob orientação do presidente do partido.

O Acordo de Cessação Definitiva das Hostilidades Militares assinado a 01 deste mês, em Chitengo, Gorongosa, na província de Sofala e o de Paz e Reconciliação Nacional (a seis, em Maputo) são alguns dos principais assuntos que vão a debate nesta sessão extraordinária da Assembleia da República que esta quarta-feira tem início.

Membros da “Junta Militar” da RENAMO, com Mariano Nhongo no meio e André Matsangaissa à direita

A aprovação destes dois instrumentos no Parlamento visa transformar ao par de documentos cunho de leis e de carácter vinculativo, não apenas para os signatários, mas para todos os moçambicanos.

No entanto, a Junta Militar da RENAMO, que esta semana escolheu o general Mariano Nhongo para seu líder, considera os acordos de 01 e 06 de Agosto assinados entre o Presidente da República, Filipe Nyusi e o dirigente contestado da “perdiz”, Ossufo Momade, de nulos.

Mariano Nhongo e o sobrinho de André Matsangaissa, fundador da RENAMO e que por sinal é portador do mesmo nome, advertiram, esta segunda-feira, que aprovar os dois pactos assinados por Nyusi e Momade é o mesmo que aprovar o reinício da guerra em Moçambique.

No âmbito do Acordo de Cessação Definitiva das Hostilidades Militares e do de Paz e Reconciliação Nacional, entre outros pontos estabelece que a partir de hoje (21 de Agosto de 2019), todas as bases da RENAMO devem estar desmanteladas e todo o território nacional deve estar acessível para todos.

Nhongo, promovido a tenente general após a sua designação como líder da RENAMO, advertiu que caso alguém recorra à força contra o seu grupo vai responder em conformidade.

“Sou o presidente da RENAMO. Não vou fazer brincadeiras. Vou defender o partido. Se alguém usar a força também vou usar a força. Se o Governo não nos entender vamos usar a força”, ameaçou Mariano Nhongo, de 49 anos de idade, mais de metade dos quais passados de arma nas mãos.

Redacção

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