Kuhanha recapitaliza Moza

O Banco de Moçambique (BM) anunciou hoje a escolha da sociedade Kuhanha para a recapitalização do Moza Banco, num processo em que serão injectados 8,170 milhões de meticais na instituição bancária.

“A Kuhanha fica, assim, com uma participação de volta de 80% no Moza Banco”, disse o administrador do BM Alberto Bila, durante uma conferência de imprensa em Maputo.

A Kuhanha é a sociedade gestora do fundo de pensões do BM e, segundo Alberto Bila, durante a sua constituição, foi também definido o objetivo de investir no mercado financeiro.

“A sociedade tem dinheiro sim”, sublinhou o administrador, acrescentando que o processo de selecção, que contou com a concorrência de “três grupos de peso”, foi transparente.

A selecção desta sociedade foi dirigida por uma Comissão de Avaliação composta por um representante do BM, por um membro do International Finacional Corporation (Banco Mundial) e pelo presidente do Conselho de Administração Provisório do Moza Banco, João Figueiredo, que vai ser presidente da Comissão Executiva.

A sociedade escolhida é presidida pelo governador do BM, Rogério Zandamela, e o seu corpo é composto pelo conjunto de administradores que representam os trabalhadores numa situação de reforma do banco central.

Com o novo accionista, o português Novo Banco, que detinha 49%, e a Moçambique Capitais, que tinha 50,9%, passam a ter, cada um, 10%.

“Este passa a ser um banco idêntico a todos que estão a operar na praça”, acrescentou o administrador.

Por sua vez, João Figueiredo disse que o banco estava numa situação “caótica” quando ele chegou, considerando que o facto de a solução para o Moza Banco ter sido interna é um “bom indicador”.

“Os nossos accionistas podem ter a certeza de que aquele plano de negócios apresentado vai trazer mais-valias”, declarou João Figueiredo, acrescentando que “o que o banco precisa é de uma gestão prudente”.

O Moza Banco recebeu uma injecção de oito mil milhões de meticais, por parte do banco central, na sequência da suspensão, em Setembro de 2016, do conselho de administração e da comissão executiva da instituição.

Na altura, o BM disse que a suspensão tinha como objectivo “proteger os interesses dos depositantes”, tendo, no entanto, gerado pânico na banca sobre a robustez do sistema financeiro moçambicano, um problema que foi agravado pelo anúncio da dissolução do Nosso Banco, quase no mesmo período.

Segundo dados do regulador, no final de 2016, o Moza era o quarto maior banco de Moçambique com mais de 93 mil clientes particulares, oito mil empresas e uma quota de 7,71% do mercado, com 48 agências em praticamente todo o país.

Redacção

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