KwaNgwanase ou Manguzi
KwaNgwanase ou Manguzi são designações que doravante integrarão o léxico e constituirão escala frequente, principalmente para os residentes do sul de Moçambique, com maior predominância para os da cidade de Maputo.
A região está rematada no distrito municipal de UmKhanyakude, no extremo norte da província sul-africana de KwaZulu-Natal.
KwaNgwanase, que tem como principal centro relativamente urbanizado o vilarejo de Manguzi, é uma região por enquanto extremamente (em)pobre(cida), de onda a maioria dos operadores turísticos, comerciais e residentes de Ponta do Ouro e outras regiões do sul da província meridional moçambicana de Maputo se abastecem.
Provavelmente, estas duas expressões/local, paulatinamente substituirão ou disputarão protagonismo com as de Malelane e Nelspruit ou Mbombela, na província sul-africana de Mpumalanga, para onde recorrem muitos maputenses quando pretendem efectuar compras, tratamento médico e/ou turismo.
Longe do nível de Malelane e Nelspruit (Mbombela), a região de KwaNgwanase ou Manguzi, localizada a aproximadamente 15 quilómetros da fronteira de Ponta do Ouro (Moçambique)/Kosi Bay (África do Sul), apresenta-se no entanto relativamente bem apetrechada no que ao comércio e outras infra-estruturas fornecedoras de bens e serviços básicos diz respeito.
Tem a vantagem de, uns dez quilómetros mais para o interior, albergar a fabulosa Reserva dos Elefantes de Tembe, um pitoresco destino turístico que até agora era de difícil acesso para a maioria dos moçambicanos, cenário que doravante será relegado para o passado, com a inauguração da Ponte Maputo-KaTembe, no próximo dia 10 de Novembro deste 2018.
Importa referir que os carros que movimentam turistas no interior da Reserva dos Elefantes de Tembe ostentam nos dois lados bandeiras nacionais da África do sul e de Moçambique.
Oficialmente, 1.4% dos cerca de 5.540 habitantes de KwaNgwanase falam tsonga (changana/ronga) largamente fomentada por uma substancial colónia de moçambicanos ali estabelecida. Há quem se assume como tal, mas muitos preferem ocultar a respectiva nacionalidade.
Muitos emigraram legal ou ilegalmente para KwaNgwanase ou Manguzi durante a chamada “guerra dos 16 anos” (1976/1992) em Moçambique e de lá não mais regressaram à pátria-mãe e por lá gerou filhos, e netos e bisnetos.
É normal entre os andrajosos vendedores informais ou que se acotovelam ao longo da principal estrada que atravessa o centro de Manguzi encontrar moçambicanos, detectáveis pelo idioma que usa.
No meio de algum “esconde-esconde”, há quem não se inibe e evidencia o seu orgulho patriótico, daí ser normal vislumbrar oficinas e barracas comerciais com as cores da bandeira de Moçambique nas paredes ou escritas em língua portuguesa.
Em KwaNgwanase justamente na casa do Rei Tembe, realiza-se um ritual anual (decorre no mês de Fevereiro) no qual os rongas de Moçambique, África do Sul, Suazilândia e outros países da África Austral se reúnem para convívio em torno do “Festival de Amarula”), cerimónia caracterizada por abundantes comeretes e beberetes.
A família do antigo presidente da República, Armando Emílio Guebuza tem sido presença regular e destacada nestes eventos.
Em algumas ocasiões este festival é realizado integral ou parcialmente do lado moçambicano.
Doravante, com a Ponte Maputo-KaTembe e a sua auto-estrada será fácil para muitos moçambicanos visitar KwaNgwanase ou Manguzi, participar no Festival de Amarula e/ou visitar as regiões turísticas de Richard Bay e Durban, em KwaZulu-Natal, entre outros pontos fascinantes que aquela região do país vizinho possui.
Importa referir que a austo-estrada tem dois sentidos, portanto são, igualmente, bem-vindos os sul-africanos e eMaswati (naturais de eSwatini), antiga Swazilândia,que passam a ter acesso fácil às paradisíacas praias moçambicanas e outros pontos de lazer.
REFINALDO CHILENGUE