Líderes africanas: corrupção

Corrupção: Chefes de estado e de governo africanos juntaram-se na sede da União Africana em Adis-Abeba para falarem sobre os velhos problemas que afectam a população que representa 12 por cento dos mais de sete mil milhões de habitantes da população mundial.

A cimeira número trinta da União Africana decorreu sob o lema Ganhando o combate à corrupção: um caminho sustentável para a transformação de África.

A corrupção e um fenómeno global com a mesma idade da espécie humana. Na Bíblia Sagrada consta que Jesus Cristo foi traído por Judas Iscariotes em troca de dinheiro – portanto houve corrupção.

Em algum momento, líderes de movimentos africanos de libertação foram alérgicos à corrupção, mas depois os seus sucessores vacilaram e entregaram-se de corpo e alma ao mal, dilapidando os recursos públicos em benefício próprio ou dos seus familiares e amigos mais próximos.

Depois das independências, movimentos de libertação destruíram sistemas de justiça montados pelos regimes coloniais e criaram sistemas fracos de justiça.

Em muitos países africanos, líderes políticos, de negócios e personalidades influentes nas sociedades tornaram-se intocáveis e impunes.

O sistema de justiça faz vista grossa à pilhagem generalizada dos recursos públicos.

Em Angola, durante o consulado de José Eduardo dos Santos empresas públicas estratégicas eram dirigidas por seus filhos ou por pessoas da sua inteira confiança, situação que transformou a filha mais velha de Zé Du, Isabel dos Santos, numa das mulheres mais ricas e poderosas de África.

Em Moçambique a ora finada filha do antigo presidente Armando Emílio Guebuza, Valentina Guebuza, foi uma das mulheres mais ricas do país, no qual a maior parte da população vive no limiar da pobre.

Na África do Sul, um dos mais de vinte filhos do presidente Jacob Gedleyihlekisa Zuma, de nome Duduzane, tornou-se rico logo depois de o seu pai assumir o comando do país mais industrializado em África.

Na Guine Equatorial, um dos filhos do presidente Teodoro Obiang Nguema Mbasogo, tornou-se milionário e vice-presidente do país rico em petróleo mas com a maioria da população extremamente pobreza.

No Zimbabwe, os filhos do deposto idoso presidente Robert Gabril Mugabe exibiam muita riqueza no meio de profunda crise económico-financeira que afecta a maior parte da população.

A coincidência da acumulação de riqueza em curto espaço de tempo por um punhado de familiares e amigos próximos dos líderes africanos enfraquece o lema adoptado na 30.ª Cimeira da organização continental.

Com os factos acima indicados, o Rancor do Pobre acredita que no jogo liderança africana vs corrupção o resultado será favorável à equipa da corrupção, pelo menos durante a actual geração de líderes africanos.

THANGANI WA TIYANI

Este artigo foi publicado em primeira mão na versão PDF do jornal Correio da manhã,  edição de 02 de Fevereiro 2018 na rubrica semanal Rancor do Pobre

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