Lionel Dyck (DAG) pressiona
Lionel Dyck (DAG) pressiona com um discurso segundo o qual se o Governo não formalizar a renovação do contrato que o une ao Governo de Moçambique e que termina no dia 06 de Abril, Pemba, capital de Cabo Delgado, pode cair às mãos dos terroristas do Estado Islâmico que há três anos e meio vandalizam aquela região moçambicana.
O presidente do grupo militar privado sul-africano Dyck Advisory Group (DAG) disse hoje que vai deixar de dar apoio aéreo às Forças Armadas de Defesa de Moçambique (FADM) na próxima semana, quando terminar o contrato de um ano (https://redactormz.com/dag-renova/).
Em declarações à agência de informação financeira Bloomberg, Lionel Dyck explicou que o contrato termina na próxima semana e que, sem a assinatura de um novo contrato, o apoio aéreo das pequenas aeronaves militarmente equipadas aos soldados que combatem a insurgência no Norte do país terminará.
“Isso pode deixar as tropas expostas durante as operações de busca porta a porta para encontrar insurgentes em Palma”, a cidade mais próxima do local onde a petrolífera Total está a preparar as instalações necessárias para a exploração e exportação de gás natural de Moçambique.
“A investigação às casas é a forma mais perigosa de combate, e ajuda mesmo muito se houve apoio aéreo para isso, e esse apoio tem de ser feito com pequenos helicópteros como os meus, que são rápidos e podem baixar-se e virar rapidamente”, disse o dirigente do grupo privado militar.
Nas declarações à Bloomberg, Lionel Dyck explicou que a instalação da Total não está em risco de sofrer um ataque directo, mas alertou que a utilização de morteiros por parte dos terroristas permite fazer ataques à distância.
“Os insurgentes já estariam em Pemba” sem o envolvimento da empresa, disse Lionel Dyck, acrescentando: “Há um ano, Pemba estava em risco, agora já não está, mas se nós sairmos e não houver um esforço real para proteger a cidade, isso será um problema”.
A organização Amnistia Internacional (AI) apelou na terça-feira a uma “investigação oficial” que permita perceber o que se passou nos últimos três anos no norte de Moçambique, e que sejam “responsabilizados” os autores dos abusos aos direitos humanos aí cometidos.
“Até agora, todos os actores [Forças Armadas moçambicanas, grupos insurgentes e empresas de segurança ou paramilitares privadas] têm agido com total impunidade, mesmo antes [dos ataques à vila de Palma]”, afirmou Pedro Neto, director executivo da AI em Portugal, em declarações à Lusa.
Antes dos recentes ataques, a AI divulgou um relatório – “O que Vi foi a Morte: Crimes de guerra no ‘Cabo Esquecido’” – em que afirma que centenas de civis foram mortos em Moçambique pelo grupo armado ‘jihadista’ conhecido localmente como ‘Al-Shabab’, pelas forças de segurança governamentais e por uma empresa militar privada contratada pelo Governo.
A organização refere-se ao DAG, uma empresa paramilitar privada sul-africana, que mais de meia centena de testemunhas garantem ter “disparado metralhadoras a partir de helicópteros, lançado granadas de mão contra multidões e disparado também repetidamente contra infraestruturas civis, incluindo hospitais, escolas e habitações”. (Lionel Dyck (DAG) pressiona)
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