Lucro

Há dividendo, por nós abordado na semana passada (Redactor N.° 6758, pág. 6), porque existe este elemento que lhe está subjacente que é o lucro.

Organizações ou corporações não geradoras desta peça importante, que é o lucro, não dão aos donos dos capitais investidos no negócio ou actividade o percebimento e posterior recebimento de um dividendo.

O dividendo está para o lucro como o filho está para a mãe. Sem esta não há descendência. Sem lucro não há dividendo. Mas aqui há uma questão a clarificar. Mesmo havendo lucro, se a assembleia geral dos sócios ou dos accionistas – com direito a voto assim não o deliberarem não haverá distribuição de dividendos.

Mas afinal o que é o lucro? De forma simplificada é a diferença entre o custo de produção de um bem ou serviço e o preço de venda do mesmo. Para que haja lucro o preço de venda terá que ser superior ao do custo de produção. Por este motivo é importante uma correcta definição dos critérios conducentes à formulação desta categoria dentro da empresa, que é o preço de venda. É fundamental que seja permanente o exercício da minimização dos custos para que haja a maximização dos proveitos e, consequentemente, o lucro seja aumentado no negócio em curso.

Lucro (do termo latino lucru), em sentido amplo, é todo ganho ou vantagem obtidos. No campo mais estrito da economia, é o retorno positivo de um investimento, deduzido dos gastos que este exigiu. Na economia, o termo lucro tem dois significados distintos, mas relacionados. O lucro normal representa o custo de oportunidade total (explícito e implícito) de uma empresa de um empreendedor ou investidor, enquanto o lucro económico é, pelo menos, na teoria neoclássica, que domina a economia moderna, a diferença entre a receita total da empresa e todos os custos, inclusive o lucro normal. Em ambos os casos, o lucro económico é o retorno a um empresário ou um grupo de empresários. O lucro económico é, portanto, o retorno ao proprietário do capital social, dinheiro ou títulos investidos inicialmente. Um conceito relacionado, muitas vezes considerado como sinónimo em determinados contextos, é o de renda económica – o lucro económico pode ser considerado como a renda empresarial”. (in Google, 22 de Fevereiro de 2024).

É deste lucro que o Estado vai buscar as suas receitas para fazer face ao seu funcionamento corrente e a longo prazo – despesas correntes e de investimento. Estamos a falar da colecta de receitas para o Orçamento Geral do Estado. Se um país é caracterizado por empresas cronicamente não produtoras de lucro, o Estado dessa Nação é, consequentemente, deficitário em termos fundos do seu Orçamento Geral. Aliás o economista Adam Smith declara, mais ou menos isto, no seu livro imorredoiro de valor e actualidade, “A Riqueza das Nações”, que um Estado é realmente rico quando as pessoas singulares e colectivas que o habitam forem possuidoras de posses materiais, financeiras e pecuniárias. Isto é, forem ricas.

ANTÓNIO MATABELE *

*  Economista

Este artigo foi publicado em primeira-mão na versão PDF do jornal Redactor, na sua edição de 23 de Fevereiro de 2024, na rubrica de opinião denominada N’siripwiti – gato do mato

Caso esteja interessado em passar a receber o PDF do Redactorfavor ligar para 844101414 ou envie e-mail para correiodamanha@tvcabo.co.mz 

Também pode optar por pedir a edição do seu interesse através de uma mensagem via WhatsApp (84 3085360), enviando, primeiro, por mPesa, para esse mesmo número, 50 meticais ou pagando pelo paypal associado ao refinaldo@gmail.com

Compartilhe o conhecimento
  •  
  •  
  •  
  •  
  •  
  •  
  •  
  •  

Deixe uma resposta

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *