Mido Macie: indemnização

Macie – Familiares do falecido Emídio (Mido) Macie dizem que ainda não receberam o dinheiro de indemnização acordado em Novembro de 2018 com o governo sul-africano, através do Ministério da Polícia.

Uma fonte da família de Mido Macie disse nesta quinta-feira em Joanesburgo que o advogado José Nascimento prometera que o dinheiro seria pago até Maio passado, mas ainda não há nada e nem informação sobre o assunto.

O jovem imigrante e taxista moçambicano Emídio Macie foi brutalmente assassinado por oito agentes da Polícia sul-africana em Fevereiro de 2013 na vila de Daveyton leste da cidade de Joanesburgo.

Alegando que Emídio Macie tinha estacionado mal o seu mini autocarro de transporte de passageiros, os agentes prenderam, algemaram e arrastaram-lhe numa estrada em Daveyton para a esquadra da Polícia. Horas depois o jovem taxista foi encontrado morto numa cela policial.

O vídeo do tratamento brutal do jovem imigrante moçambicano por agentes policiais provocou um coro de condenação internacional. Os agentes foram detidos, julgados e condenados a 15 anos de prisão.

Entretanto, o advogado da família contratado pela Embaixada de Moçambique na África do Sul, exigiu indemnização para familiares do jovem malogrado, particularmente a esposa e criança menor de idade.

Em Novembro de 2018, o Tribunal Supremo de Joanesburgo deu ordens ao Ministério sul-africano da Polícia para indemnizar a família de Mido Macie, representada pelo advogado José Nascimento.

O advogado disse que as duas partes acordaram manter em segredo para o público o valor de indemnização, mas a família queria 6.5 milhões de randes, cerca de 450 mil dólares americanos.

Entretanto, desde Novembro a família ainda não recebeu o dinheiro acordado com o governo sul-africano e lamenta o longo silêncio do advogado José Nascimento.

Esforços para abordar o advogado Nascimento fracassaram.

O seu telemóvel emite sinal de estar fora da África do Sul e ele não responde às mensagens.

Fontes diplomáticas de Moçambique na África do Sul desconhecem o progresso do assunto, mas prometem reforçar diligencias.

No Ministério sul-africano da Polícia, a porta-voz nacional Coronel Brenda disse que desconhecia a situação de pagamentos à família de Mido Macie, mas prometeu procurar informar-se.

Este é o segundo caso envolvendo a Polícia sul-africana e imigrantes moçambicanos.

O primeiro foi reportado em 1998 em que agentes da Polícia usaram jovens imigrantes ilegais moçambicanos para treinar a ferocidade de cães-Polícia. Os agentes foram detidos, julgados e condenados, mas os jovens desapareceram antes de receber a sua indemnização.

THANGANI WA TIYANI, CORRESPONDENTE NA ÁFRICA DO SUL

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