Mais um espinho contra o ANC por si “criado”
Mais um espinho contra o ANC – Congresso Nacional Africano –, por si “criado” e chamado Congresso Africano Para a Transformação (ACT, na sigla em inglês), a seguir ao Economic Freedom Fighters (EFF) Combatentes da Liberdade Econômica.
O partido ACT, hoje publicamente anunciado em Joanesburgo, é liderado por Elias Sekgobelo Magashule, mais conhecido por Ace Magashule, antigo Secretário-geral do ANC.
O gesto de Magashule vem colocar termo a um longo período de silêncio e de várias especulações, que incluíam a sua integração ao EFF.
Desde que foi expulso do ANC, em Junho passado, Magashule, de 64 anos de idade, sempre deixou claro que não estava “acabado” para a política e ressurge com o ACT, que diz ser “um partido para todo o povo sul-africano e um navio para os desesperados e traídos”.
Magashule diz estar convencido de que os sul-africanos precisam de um “novo lar político” e olha para o Congresso Africano para a Transformação como a tal solução.
O antigo Secretário-Geral do ANC, que governa a África do Sul há quase 30 anos, diz que a actual direcção do ACT, da qual faz parte, é interina e que já estão em curso os preparativos do Primeiro Congresso da organização, a ter lugar, em princípio, e Outubro próximo.
Disse também que a formação do ACT foi precedida por várias consultadas, a vários níveis, incluindo aos ex-presidentes Thabo Mbeki e Jacob Zuma.
Magashule, um destacado activista anti-apartlheid e que chegou ao posto de Secretário Geral do ANC, em 2017 e tido como muito próximo de Jacob Zuma, foi “corrido” do Congresso Nacional Africano em Junho passado, depois de não ter respondido a uma nota de culpa que lhe foi endereçada pelo comité de disciplina do partido.
Em Junho de 2022 Magashule foi suspenso do cargo de Secretário-geral à luz de uma resolução do ANC que diz que todos os quadros com pendentes na justiça devem abandonar os cargos que ocupam, no seio do partido e do governo, até ao fim do processo.
Numa reacção pouco comum, Magashule emitiu um “comunicado” no qual anunciava a suspensão de Matamela Cyril Ramaphosa do cargo de Presidente do ANC. A ala dura do partido considerou essa ousadia como uma afronta e apontou-lhe [Magashule] a porta de saída.
De lá a esta parte chegou-se a especular sobre a possibilidade de Magashule se juntar ao Partido de Julius Malema e havia expectativa de que o anunciou do “novo reforço “seria feiro, em Julho passado, nas celebrações do 10° aniversário do EFF, mas tal não aconteceu.
Para além de Magashule, o ACT integra na sua estrutura o antigo chefe do Hawks, Berning Ntlemeza. Magashule diz que futuramente vários membros do ANC vão se juntar ao partido.
RAULINA TAIMO, Correspondente na África do Sul