Mais de 400 deportados

Nome da cidade, 00 de mês de 0000

Mais de 400 moçambicanos foram deportados neste Domingo (10Mai2020) pela África do Sul, através da fronteira de Ressano Garcia.  

Segundo o comunicado do ministério sul-africano dos Assuntos Internos – mais conhecido por Home Affairs, a que o jornal Correio da manhã teve acesso, foram repatriados no total 439 imigrantes.

O comunicado indica que o Home Affairs completou a deportação de 977 moçambicanos e zimbabueanos que estavam no centro de trânsito de Lindela, em Joanesburgo.

De acordo com o documento, no Domingo foram entregues 439 pessoas a oficiais moçambicanos na fronteira de Lebombo e com este número passou para 977 deportados, depois de 538 cidadãos estrangeiros entregues aos oficiais zimbabueanos no Sábado na fronteira de Beitbridge entre os dois países.

Alguns dos deportados são criminosos amnistiados que cometeram diversos crimes, incluindo caça furtiva e lavagem de dinheiro, outros não tinham documentos legais de residência na África do Sul e outros ainda foram deportados por violação do confinamento geral obrigatório em vigor há mais de um mês para conter a propagação de coronavírus na África do Sul.

Para o Ministério Home Affairs, a deportação foi acelerada com coordenação das embaixadas de Moçambique e do Zimbabwe, na sequência de tumultos ocorridos semana passada em Lindela, durante os quais 37 pessoas fugiram.

O ministro sul-africano do Home Affairs, Aaron Motsoeledi, disse que a fuga não teria acontecido se os oficiais ou guardas prisionais tivessem prestado maior atenção.

O governante deu instruções para se fazer investigação interna visando determinar as circunstâncias que facilitaram a fuga para que os culpados sejam responsabilizados.

Na quinta-feira, a África do Sul deportou 94 cidadãos do Lesotho.

O chefe da migração no posto de fronteira de Ressano Garcia, Pedro Pene, confirmou que alguns repatriados são criminosos indultados ou amnistiados e outros cumpriram as suas penas de prisão e que por isso foram deportados para o seu país de origem.

Os repatriados foram submetidos a testes rápidos e medição de temperatura para determinar se estão ou não infectados por coronavírus, mas todos acusaram negativo.

A logística é garantida pelo Instituto Nacional de Gestão de Calamidades, que segundo Ana Cristina, directora do CENOE, os repatriados vão ser levados para destino final depois de passarem pelo centro de transito aberto no distrito da Moamba.

Os regressados são das províncias do Sul de Moçambique, nomeadamente, Maputo, Gaza e Inhambane.

Nas últimas três semanas mais de 400 moçambicanos regressaram da África do Sul com próprios meios fugindo da fome, devido às restrições do confinamento geral obrigatório.

Entretanto, na África do Sul, funcionários dos serviços correcionais amotinaram-se exigindo equipamento de protecção contra coronavírus que já infectou 213 pessoas, entre oficiais prisionais e reclusos.

Num outro desenvolvimento separado, a Aliança Democrática (DA), maior partido sul-africano da oposição, emitiu comunicado de imprensa nesta segunda-feira no qual manifesta-se preocupado com aquilo que considera aumento da criminalidade que levou as cidades de Pretória e de Joanesburgo no topo dez das cidades mais perigosas do mundo pela Numbeo 2020 Crime índex.

De acordo com Numbeo 2020 Crime Index, quatro cidades sul-africanas estão entre as 10 mais perigosas globalmente.

As quatro cidades sul-africanas são Pietermaritzburg (capital e segunda maior cidade da província de KwaZulu-Natal), na posição três, Pretoria, província de Gauteng, na posição 4, Durban (KZN), no quinto lugar e Joanesburgo, em Gauteng, na posição número seis.

A lista é liderada por Caracas, capital da Venezuela.

Para a DA, esta classificação é preocupante e indica que as cidades referidas têm falta de policiamento adequado e que as vidas e segurança das pessoas estão sob grande ameaça.

A DA considera que sul-africanos não se sentem seguros nas suas residências e comunidades porque o crime continua a aumentar enquanto a polícia se envolve em corrupção e incapaz de combater a criminalidade.

 (Correio da manhã de Moçambique)

Compartilhe o conhecimento
  •  
  •  
  •  
  •  
  •  
  •  
  •  
  •  

Deixe uma resposta

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *