Manifestantes “invadem” residência da governadora

A presidência sul-africana emitiu, esta segunda-feira (13 de Fevereiro), um comunicado no qual o Presidente Cyril Ramaphosa condena a suposta intimidação, por um grupo de cerca de 100 manifestantes, que se reuniram em frente à casa particular da governadora de Kwazulu-Natal, Nomusa Dube-Ncube.

De acordo com o director provincial de Transporte, Segurança Comunitária e Ligação, Sipho Hlomuka, na sexta-feira passada (10 de Fevereiro) o grupo de manifestantes “invadiu a casa particular da governadora e lançou insultos”.

Hlomuka disse que o grupo, que aparentava estar bem organizado, “se reuniu do lado de fora da casa da Governadora” e “lançou insultos e fizeram ameaças, o que causou trauma e medo aos familiares, principalmente aos filhos”. A Governadora Nomusa Dube-Ncube não estava em casa na hora da invasão.

Num vídeo que vazou nas redes sociais, um dos manifestantes diz que foi à casa da Nomusa Dube-Ncube como parte de “uma campanha porta a porta”.

Ao chegar à casa da Governadora o grupo disse que estava a fazer uma visita previamente anunciada “a líderes políticos que nos negligenciaram”.

No tal vídeo o narrador aparece a dizer que o grupo iria “tomar café” com os políticos pois muitas das vezes “estes aparecem nas nossas casas sem nos avisar”. O grupo ainda não revelou o que realmente pretende.

No comunicado de Pretória, Ramaphosa desejou felicidades à família de Dube-Ncube, condenou a invasão e saudou o arranque de uma investigação em torno do sucedido.

“A Declaração de direitos, em nossa Constituição, afirma que todos têm dignidade inerente e o direito de ter sua dignidade respeitada e protegida, bem como o direito de estar livre de todas as formas de violência de fontes públicas ou privadas”, pode ler-se no comunicado, que mais adiante remata que “esses direitos se aplicam a todo e qualquer cidadão, incluindo líderes eleitos ou funcionários públicos que optam por servir nossa nação e suas famílias”.

Cyril Ramaphosa diz que é preciso “condenar e resistir a toda e qualquer tentativa de qualquer um de tornar nossa sociedade sem lei e caótica” e acrescentou que “o governo não é contra os protestos”, mas que dirigir-se à residência privada de Dube-Ncube é “uma táctica intimidatória e que o governo provincial deve lidar de forma decisiva com os envolvidos”.

O estadista sul-africano assume que “vamos tomar medidas para proteger os direitos das crianças e familiares, que não devem ser perseguidos apenas porque seus pais ocupam cargos públicos”.

Os familiares da Governadora de Kwazulu-Natal estão a receber apoio psicossocial para lidar com o trauma que viveram na sexta-feira da semana passada.

RAULINA TAIMO, correspondente na África do Sul

https://bit.ly/3Z52YGp

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