Manuel Vieira Pinto

Antes de falar deste (Manuel Vieira Pinto) “Visionário de Nampula”, revolucionário, amigo de peito do Povo de Moçambique e de Samora Moisés Machel, começo por abrir um “A.S.” (ant-scriptum) para, mais uma vez, lamentar este tipo de títulos dos nossos “mídia quando falam de forma depreciativa das nossas pequenas e poucas coisas boas da nossa terra: “Mambas arrancam empate frente aos Bafana-Bafana”. Título errado porque os Mambas marcaram o golo primeiro. Eu escreveria que “Bafana-Bafana depois de muito sofrerem arrancam empate às nossas bravas Mambas” ou “Mambas em dia de muito azar consentem empate aos Bafana-Bafana”. Temos que esgrimir melhor, com mais nacionalismo, a arma do nosso orgulho pátrio. Nenhum jornal brasileiro se ufanou com os 7 a 1 com que a equipa canarinha foi humilhada no Estádio do Mineirão pela selecção da Alemanha no Mundial de Futebol de 2014.

Manuel Vieira Pinto,foi Bispo de Nampula desde 27 de Abril de 1967 a 11/03/2001. Trinta e quatro anos.Uma pequena interrupção de 09 meses quando o regime colonial-Fascista o expulsou para Portugal, após abominável humilhação protagonizada pela saloiada mais reaccionária daquela urbe, incapaz de ler os ventos da mudança que já eram uma realidade soprando do norte.

Foi sempre incompreendido. Uma vez regressado a Moçambique, em Janeiro de 1975 – ele não quis deixar de viver o advento da nossa Independência Nacional – desabafava a um Padre amigo que “só o Papa me entendeu”. De facto, este Homem Cristão, que do alto do púlpito do Santo Altar de Nampula, ou em comícios que aconteciam espontaneamente porque sempre que saísse à rua o Povo queria cumprimentá-lo, abraçá-lo, alimentar-se da sua palavra salvífica, disparou palavras mais contundentes que petardos de uma bomba atómica, sempre exigiu o fim do colonialismo em Moçambique.

Esta sua postura de Homem vertical e honesto gerou em Samora uma admiração sem fronteiras e ambos travaram sincera amizade em que o factor franqueza no seu relacionamento era o elemento dominante naqueles dois grandes dirigentes do Povo Moçambicano.

Samora Moisés Machel e Manuel Vieira Pinto por caminhos, aparentemente, diferentes visavam atingir um nobre objectivo comum: a felicidade do Povo de Moçambique.

A porta do Gabinete de Samora estava aberta, sem carecer de audiência prévia para receber aquele prelado da Igreja Católica, que, vezes sem conta, o procurou para, sem usar intermediários, criticar frontalmente a nova governação no País.  Testemunhas dizem que os dois travavam diálogo acalorado, mas no fim, porque eram comprometidos com o dever missionário de servir o Povo, alcançavam o consenso.

Este apontamento, feito sem fins propagandísticos e tão pouco publicitários, tem a finalidade de exortar os moçambicanos (daí o facto de ter começado com aquele apelo nacionalista) a lerem o livro intitulado “MANUEL VIEIRA PINTO – O VISIONÁRIO DE NAMPULA”, disponível na Livraria as “Paulinas” e em todas as livrarias do País.

Vale a pena ler esta obra-prima da nossa literatura para aprendermos que não precisamos de disparar só balas para libertarmos o Povo!

A nossa honestidade para com o Povo – nosso único patrão – a quem, fielmente, servimos é um canhão libertador!

 

António Matabele

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