Marketing

Donzela dotada dos melhores predicados intelectuais, excelentes qualidades morais e cívicas, recatada educação doméstica e religiosa, por Deus prodigalizada com os mais belos atributos anatómicos, se ficar enclausurada num quarto escuro, casamento não arranja! Fica, como é costume dizer-se, popularmente, para titia!

Com o respeito que me é característico ter para com a mulher, nossa adorável mãe, neste caso, comparando-a, sem maldade, a um “produto” ou “serviço”, que carece – para ser conhecido – de ser publicitada a sua presença. O mesmo se passa com aquele bem valioso, que, se não for divulgada a sua existência, o mesmo não existe. Nada acontece com ele. Fica mono.

Ora, o “marketing” (“mercadejando” ou arte de “fazer vender”) tem este papel: dar a conhecer, algumas vezes de forma hiperbolizada, acerca da existência e das qualidades intrínsecas de algo bom ou adequado para satisfazer a procura por um bem ou serviço. 

Nos compêndios versados nesta disciplina encontramos variadas definições sobre este conceito. Mas poderíamos terminar esta reflexão dizendo simples e claramente que Marketing é a técnica de fazer publicidade para mais e melhor vender um produto ou serviço. Quanto mais o produto é procurado no mercado, maior é o risco de a concorrência eliminá-lo, começando a imitá-lo e aperfeiçoando-o, matá-lo. Vejamos, a título de exemplo, como na indústria automóvel, diariamente, novas marcas em novos conceitos de carros, constantemente, eliminam as mais antigas. É que a publicidade expõe o produto. Destapa-o ante o olhar guloso do potencial consumidor, mas também e principalmente da concorrência. Esta penetra no mercado do produto vitorioso. Estuda-o. Imita-o. E, zás, através do seu gabinete de pesquisa e desenvolvimento, começa a fabricar para esse mesmo mercado produtos e serviços com melhores opções de conforto, tecnologia mais avançada e mais modernos que os nossos.

Mas o que é mesmo “marketing”? É a ciência, a técnica, a ferramenta que todo o gestor deverá usar para aumentar o seu nível de vendas para patamares mais elevados e que não queira ver o seu produto ou serviço retirado do mercado. E uma vez o produto expulso do mercado pela concorrência, jamais voltará a conquistá-lo ou terá de consumir inúmeros recursos para voltar à posição perdida. “Marketing” é “relações públicas”? É o “marketing”, sim, um aspecto de “relações públicas”. Estão numa relação de franca complementaridade. Utilizando a teoria matemática dos conjuntos de Venn diria que as relações públicas são o conjunto mãe e o “marketing” é o respectivo subconjunto.

O marketing anuncia o seu produto ou serviço num mercado. Aqui vem a noção de mercado. É um espaço não necessariamente tangível no qual são feitas transacções de compra e venda de produtos e serviços. Este mercado pode ser dissecado em geral ou global. Isto é, sem especialidade. Vende-se e compra-se de tudo um pouco. Em seguida, é preciso fazer a chamada segmentação/dissecação do mercado. Esta operação em “marketing” consiste em partir o corpo do mercado global em pedaços e concentrar a nossa atenção numa das partes do mesmo. Isto porque não é recomendável que ataquemos o mercado sem o fragmentarmos em fatias consoante aquilo que queremos ganhar. Então, da parte chegaremos ao todo. E nunca o contrário. Depois vem outro aspecto importante, que é o nicho de mercado, que é a selecção mais exacta dentro do mercado já segmentado.

Ao iniciarmos a elaboração de um programa de “marketing”, temos de estar claros quanto aos objectivos que pretendemos atingir: a) Consolidação e fidelização dos actuais clientes; b) Aumento de novos e bons clientes; c)         Aumento da nossa Margem Bruta de Vendas (Facturação); d)       Melhoria do processo de recebimento de dinheiros das vendas (facturações); e) Fidelização dos clientes; f) Aumento da visibilidade da nossa empresa, marca, produtos e serviços; g) Construção de boas relações na sociedade; h) Educação do Mercado; i) Engajamento dos colaboradores (mobilizar e motivar o cliente interno); j) Elaboração de um plano de marketing; l) Realização, a médio e longo prazos, de pesquisa de mercado, pois importa conhecermos em que águas estamos a navegar; m) Conhecimento acerca de quem é o nosso público-alvo – “know our custom”; n) Conhecimento perfeito do bem ou produto ou serviço que pretendemos vender – “know our product”; o) Oferta dos produtos ou serviços de excelente qualidade dentro dos prazos de entrega combinados; p) Elaboração de um cronograma de acções; q) Definição de objectivos realistas, consoante a nossa capacidade; r) Transformação dos nossos visitantes em clientes potenciais; s) Prestação de ajuda ao potencial cliente acerca do que ele necessita dos nossos produtos ou serviços – induzir o potencial cliente, sugestionando-o.

ANTÓNIO MATABELE *

*   Economista

Este artigo foi publicado em primeira-mão na versão PDF do jornal Redactor, na sua edição de 03 de Dezembro de 2023, na rubrica de opinião denominada N’siripwiti – gato do mato.

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