MDM junta “cacos”
MDM junta “cacos” – O Movimento Democrático de Movimento (MDM), a terceira maior força política de Moçambique, tenta juntar “cacos” para redobrar esforços visando litigar politicamente para atingir o poder.
Este desígnio foi vincado pelo novel líder do MDM, Lutero Chimbirombiro Simango, em todos os momentos que teve oportunidade para se dirigir aos membros do Conselho Nacional da organização que esteve reunido, na cidade de Chimoio, capital da província central moçambicana de Manica, de 09 a 10 deste mês.
Basicamente, a reunião tinha em vista o desenho de estratégias a ser seguida pelo MDM para lograr êxitos nas eleições autárquicas marcadas para Outubro de 2023.
Foi nesse contexto que o partido do “galo” reformulou a sua estrutura central e elegeu uma Secretágia-Geral, um feito sem precedentes na história dos partidos políticos de Moçambique e que mereceu elogio da maioria, nesta fase em que o discurso de “paridade de género” em termos de representatividade em diversas esferas está na “moda”.
Lutero Simango repetiu aos presentes que o MDM não foi criado para se contentar com o posto de ser apenas mais um partido da oposição. “Nós queremos chegar ao poder e para isso temos de andar mais de pressa porque o povo espera pelo MDM a fim de tornar Moçambique para Todos, como diz o nosso lema”.
Num esforço para reparar os estragos causados ao partido no contexto da disputa pela presidência do MDM [na sequência da morte de Daviz Mbepo Simango, falecido a 22 de Fevereiro de 2021, numa clínica da África do Sul, vítima de doença], Lutero Simango, eleito para dirigir a organização no Congresso de Dezembro de 2021, na Beira, optou por incluir os seus dois concorrentes nos órgãos centrais do partido.
É assim que Lutero Simango chamou o antigo Secretário-Geral do partido, José Domingos Manuel para integrar a Comissão Política e Silvério Samuel Ronguane, deputado e docente universitário, para dirigir a escola do partido.
Para preencher a vacatura aberta com a saída de José Domingos Manuel, o presidente do MDM escolheu Leonor Elisa Lopes de Sousa, natural da província de Nampula, o maior círculo eleitoral, tem 58 anos de idade, casada e mãe de três filhos, para o caro de Secretária-Geral.
A escolha de Leonor de Sousa caiu bem nos meus críticos locais, em termos gerais, dada a potencialidade de arrastar consigo algum eleitorado feminino e não só, de Nampula, sua terra natal, maior círculo eleitoral moçambicano e geralmente epicentro da disputa política de todos os partidos políticos de Moçambique em ambientes eleitorais.
Leonor Elisa Lopes de Sousa é tida como uma mulher participativa e que goza de muita popularidade nas hostes do MDM – um partido criado em 07 de Março de 2009, resultante de uma dissidência de alguns integrantes influentes do partido RENAMO – organização a que pertence desde 2012
Leonor de Sousa é graduada em Gestão Financeira Bancária com o nível de bacharel, licenciada em Gestão de Recursos Humanos e é mestrada em Metodologias do Ensino. e ocupava os cargos de directora do Gabinete de Formação e Projectos da Liga da Mulher. Chefiava, também, o Departamento de Formação e Projectos da Liga da Mulher do MDM até ser nomeada para secretária-geral.
Todavia, porque não mais se está em tempos de pensamento único, mesmo entre alguns membros séniores do MDM há que diga que o momento não é oportuno para optar por “figuras de charme” porque o momento exige “intervenientes às quatro rodas”, porque “os embates que se avizinham são enormes”. (MDM junta “cacos”)
Redactor
Este artigo foi publicado em primeira mão na edição em PDF do jornal Redactor do dia 13 de Abril de 2022.
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