Greve em Rustenburg

Cerca de 300 mineiros estão em greve no interior da mina de Crómio da companhia Lenxess, há uma semana na região de Rustenburg, província sul-africana de North West.

Os grevistas exigem a destituição de um chefe de departamento acusado de assédio sexual de colegas do sexo feminino e readmissão de 54 antigos colegas desvinculados por várias razões disciplinares.

O Tribunal Laboral deliberou que a greve é ilegal, mas dirigentes da União Nacional dos Mineiros da África do Sul (NUMSA), ignoraram a decisão judicial.

Quando os mineiros desceram para trabalhar no dia 19 deste mês, 290 não regressam à superfície e ficaram no interior para pressionar os gestores da mina de Crómio Lenxess a destituir o alegado assediador de mulheres.

A delegação do ministério moçambicano do trabalho, emprego e segurança social na África do Sul desconhece a existência de moçambicanos no grupo dos mineiros em greve.

O delegado do Ministério moçambicano do Trabalho, Emprego e Segurança Social na África do Sul, João Almeida disse ao jornal Correio da manhã que ia inteirar-se do assunto, mas destacou que a delegação tem apelado os mineiros moçambicanos a evitar envolver-se em greves nas companhias mineiras.

Entretanto, João Almeida reconhece que em alguns casos os moçambicanos são coagidos a aderirem greves por colegas sul-africanos.

A mina Lenxess emitiu comunicado de imprensa dizendo que a NUMSA coloca a vida dos mineiros em risco.

De acordo com o comunicado, dirigentes sindicais impediram os mineiros de saírem à superfície durante sete dias e alguns foram forçados contra a sua vontade a ficarem no interior da mina. Outros colapsaram.

Apesar de repetidas ofertas para providenciar alimentos e assistência medica na superfície, os grevistas não saíram – indica o comunicado da Lenxess.

Para a gerência da Lenxess, as acções da NUMSA, consideradas “irresponsáveis”, pioraram a situação da greve declarada ilegal no interior da mina pelo tribunal.

Entretanto, a porta-voz nacional da NUMSA, Phakamile Hlubi-Majola, reagiu imediatamente contra o comunicado da Lenxess, acusando a gerência da mina de intimidar os grevistas.

Disse que a companhia colocou guardas de segurança privada com espingardas e outros foram despachados para o interior da minha onde se encontram grevistas, levantando receios de ocorrência de ataques similares aos de Marikana onde mais de 34 mineiros grevistas foram assassinados por agentes da Polícia do Estado, durante uma greve que durou 5 meses.

Phakamile apelou a intervenção do Ministério dos Recursos Minerais e Energia para a solução do diferendo.

THANGANI WA TIYANI, correspondente na África do Sul

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