Moatize poderá “aquecer”
A já de si naturalmente quente vila carbonífera de Moatize, na tórrida província de Tete, poderá “aquecer politicamente ainda mais” este sábado, dia em que a RENAMO se propõe a descer a terreiro para “agradecer” aos munícipes locais por, alegadamente, na sua maioria, ter votado em si nas eleições autárquicas de 10 de Outubro passado.
Sucede, porém, que os órgãos eleitorais – Comissão Nacional de Eleições (CNE) e Secretariado Técnico de Administração Eleitoral (STAE) atribuíram oficialmente a vitória ao partido governamental Frelimo, decisão homologado pelo Conselho Constitucional (CC).
De resto, o partido Frelimo, ciente e animado pelas deliberações oficiais da CNE, STAE e CC desceu, em tempo oportuno, às ruas de Moatize, para “agradecer” aos munícipes da autarquia por, na sua maioria, terem votado nele, conforme anunciado pelos órgãos competentes.
Com este quadro todo e sabido que é a postura das forças em presença, tudo indica que estão a ser reunidas condições e condimentos para um “sábado bem quente” na já tórrida região de Moatize, desta feita com a ajuda da acção humana.
A RENAMO está a convidar representantes da media para a devida cobertura da manifestação que pretende rebater a versão oficial de que a “perdiz” perdeu no pleito de 10 de Outubro e que a Frelimo e o seu cabeça-de-lista, Carlos Portimão, ganharam o escrutínio.
Aliás, a liderança da RENAMO jura a pés-juntos que as eleições de 10 de Outubro foram uma fraude maciça no seu computo geral e sublinha que em cinco autarquias, incluindo Moatize, o roubo de votos a favor do partido Frelimo ultrapassou os limites.
É por isso que o Coordenador Interino da Renamo, general Ossufo Momade, repete que o forma como decorreu o pleito de 10 de Outubro simplesmente mina o futuro da paz em Moçambique e apela à intervenção da comunidade internacional para que a situação na resvale para níveis piores.
Há, no entanto, uma nota a reter: o comunicado-convite que circula não foi lavrado em papel com timbre da RENAMO.
Redacção