Moçambicano carbonizado

Um jovem moçambicano de nome Edgar Eduardo Ubisse morreu na noite da terça-feira quase carbonizado numa casinha de madeira e zinco no bairro de Kensington, sudeste de Joanesburgo.

O amigo do finado que acompanhou o incidente disse ao Correio da manhã que o incêndio que matou o jovem Edgar Eduardo Ubisse, de  22 anos de idade, natural do distrito do Chókwè, província meridional moçambicana de Gaza, foi provocado por uma vela.

O jovem imigrante ilegal vivia na África do Sul há cerca de 10 anos e trabalhava numa garagem de lavagem de carros de um imigrante etíope gerido por um moçambicano.

O amigo e ex-colega de trabalho, Alfredo Sitoi, disse que na altura do incêndio estavam na casinha duas pessoas, sendo que uma conseguiu sair sã e salva.

Alfredo Sitoi, amigo e ex-colega do falecido Ubisse
Alfredo Sitoi, amigo e ex-colega do falecido Edgar Ubisse

Alfredo Sitoi acrescentou que a intervenção de um vizinho idoso com extintor de incêndio não conseguiu salvar Egdar Ubisse.

Segundo Alfredo Sitoi, o corpo ficou quase carbonizado.

Os familiares do malogrado receberam a triste notícia e já estão a tratar o processo de transladação dos restos mortais de Ubisse para Gaza.

Os amigos do falecido Ubisse tentam agora juntar dinheiro para ajudar nas despesas de transporte da urna.

A maior parte das pessoas residentes no quarteirão de ajuntamento das casinhas precárias de madeira e zinco sem energia eléctrica, vulgarmente designados por “mukokwene”, é imigrante ilegal moçambicana e ou de outras zonas da África do Sul.

Alfredo Sitoi revelou que cada inquilino paga 300 randes de renda mensal ao senhorio.

Consolidação da UJOMODI

Entretanto, há cinco dias um grupo de jovens moçambicanos deu um passo rumo à consolidação da sua organização União de Jovens Moçambicanos na Diáspora (UJOMODI).

Os jovens criaram um fundo de solidariedade para ajudar os associados em caso de morte de familiares na África do Sul.

Cada membro da UJOMODI vai contribuir com um valor mínimo mensal de 60 rands, cerca de 300 meticais.

O promotor da iniciativa, Fausto Jamissene, disse que as contribuições monetárias vão ser depositadas numa conta bancária cuja movimentação só será feita com autorização de quatro membros assinantes, eleitos esta semana numa assembleia geral da organização.

Fausto Jamissene destacou que a iniciativa é resultado de experiências desagradáveis vividas pela comunidade moçambicana na África do Sul em casos de morte.

Pelo menos 10 imigrantes moçambicanos morreram em 2016 só na região de Joanesburgo em incidentes separados.

A transladação dos corpos para Moçambique foi delicada por causa de dificuldades financeiras dos familiares dos finados.

Thangani wa Tiyani, Correspondente na África do Sul

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