Moçambique/Zimbabué

O vice-Presidente zimbabweano, Emmerson Mnangagwa, disse hoje que as forças de defesa e segurança estão em alerta ao longo da Moçambique/Zimbabué, após um homem ter sido sequestrado da sua aldeia e depois assassinado em território moçambicano.
Houve outras escaramuças ao longo da fronteira (entre Moçambique e Zimbabué) com “bandidos armados” que são leais à Renamo, segundo Emmerson Mnangagwa, citado pela Agência Africana de Notícias.
A Renamo desmente o seu envolvimento em incursões em território zimbabweano e diz que as acusações são estratégia do regime de Harare para justificar um eventual envolvimento seu no conflito interno entre o movimento de Afonso Dhlakama e o Governo presidido por Filipe Nyusi.
A Renamo condicionou hoje a continuação nas negociações de paz em Moçambique à permanência da equipa de mediação internacional, que na semana passada abandonou Maputo sem saber se regressará.
Segundo o vice-Presidente do Zimbabué, a Renamo mantém desde há muito tempo forças ao longo desta parte da fronteira, que fica a cerca de 80 quilómetros ao sul da capital provincial zimbabueana de Mutare.
O homem morto sequestrado no Zimbabué ainda não foi identificado, mas num incidente separado, cerca de 50 bovinos foram retirados de pequenos agricultores e levados para o lado moçambicano da fronteira.
Mnangagwa disse que alguns dos animais foram recuperados.
Entretanto, a Renamo rejeitou hoje o ex-Presidente Joaquim Chissano como mediador das negociações de paz com o Governo por considerar que ele é parte do conflito.
“Com todo o respeito que temos para com o Presidente Chissano, em nome da abertura e da verdade, e como porta-voz do partido Renamo, tenho a dizer que muitos moçambicanos de bem acham que não é elegível para mediador deste conflito porque ele próprio é parte dele”, afirmou António Muchanga, em conferência de imprensa em Maputo.
Segundo o porta-voz da Renamo, Joaquim Chissano “sabotou o cumprimento integral do Acordo Geral de Paz na letra e espírito” ao não integrar homens do maior partido de oposição na Polícia da República de Moçambique (PRM) e no Serviço de Informações e Segurança do Estado (SISE).
Chissano, disse António Muchanga, “beneficiou das polémicas eleições de 1999, onde mais de 750 mil votos não foram requalificados”, quando existia uma diferença de cerca de 200 mil votos entre ele e o líder da Renamo, Afonso Dhlakama.
“Se tivessem requalificado todos os votos, o presidente Dhlakama era declarado vencedor daquelas eleições”, declarou o porta-voz do partido de oposição, acusando ainda Chissano de ter criado “à revelia da Renamo em violação do Acordo Geral de Paz”, a unidade especial da polícia Força de Intervenção Rápida (FIR).
“Esperamos que ele (Chissano) peça desculpas à Renamo e ao povo moçambicano”, afirmou.
A emissora pública Rádio Moçambique noticiou que o antigo Presidente da República, Joaquim Chissano, manifestou na quarta-feira disponibilidade para ajudar no processo de diálogo entre Governo e Renamo, caso fosse solicitado.

Redacção

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