Movimentos anormais de camiões em Namanhumbir

Movimentos anormais que se assistem na região eminentemente mineira de Namanhumbir, em Cabo Delgado, Norte de Moçambique, suscitaram algumas especulações, uma delas visando a Ruby Mining.

Um dos nossos informantes disse ter recebido informações segundo as quais nesses movimentos estariam a ser transportadas “camadas de ruby, para serem lavadas fora dos locais habituais (fora do distrito). De preferência, recorrem a fontes de água de Balama”. 

O Redactor contactou fonte oficial da Montepuez Ruby Mining Limitada (MRM), que disse que a actividade na companhia decorria com toda a normalidade.

“A Montepuez Ruby Mining Limitada (MRM) tem água mais que suficiente, incluindo a canalizada, dos poços e a que aproveitamos das chuvas”, disse a fonte baseada em Maputo.

No mesmo dia, a Montepuez Ruby Mining Limitada mandou emitir um comunicado no qual se vangloria pelo facto de o Governo de Cabo Delgado ter “reconhecido” a empresa como a “maior contribuinte da província em 2022”.

Recorde-se que a MRM havia sido distinguida com idênticos títulos de 2014 a 2019 e um dos maiores contribuintes em 2021, após não ter havido nomeação em 2020, em consequência da covid-19.

Em 2022, refira-se, a MRM pagou USD 44,5 milhões ao Governo moçambicano em royalties minerais e impostos.

Numa cerimónia organizada pela Autoridade Tributária e Governo de Cabo Delgado, as autoridades provinciais condecoraram a MRM com um certificado, em reconhecimento do seu contributo para o desenvolvimento económico da província e do país como um todo.

Falando durante a cerimónia, o director corporativo da Montepuez Ruby Mining, Raime Raimundo, afirmou que “a MRM e a Gemfields orgulham-se de contribuir para o desenvolvimento económico da província de Cabo Delgado e de Moçambique. Consideramos que é nosso dever proporcionar o máximo benefício da mineração de pedras preciosas ao país e aos seus cidadãos. É por isso que trabalhamos de forma transparente para garantir um alto nível de retorno para o país”.

Em Julho de 2021, a Gemfields, operadora e proprietária de 75% da MRM, lançou o G-Factor para Recursos Naturais, uma medida que promove maior transparência em relação ao nível de riqueza advinda da mineração de recursos naturais compartilhada com os governos dos países anfitriões, vinca o comunicado da MRM, cuja cópia foi entregue ao jornal Redactor.

Até à data, 23% das receitas da MRM foram devolvidos a Moçambique.

Como resultado da abordagem da Gemfields, mais do que nunca, o valor derivado de rubis reverte ao país de origem, o que significa que Moçambique está, pela primeira vez, a receber dividendos justos com a mineração de pedras preciosas coloridas.

O prémio de maior contribuinte de Cabo Delgado, atribuído esta sexta-feira, surge na sequência do reconhecimento da MRM como melhor empresa de Moçambique em 2021, de acordo com a 24.ª edição do inquérito “100 Maiores Empresas de Moçambique”, realizado pela KPMG e publicado em Janeiro de 2023.

Redactor

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Este artigo intitulado  foi publicado em primeira mão na edição em PDF do jornal Redactor do dia 13 de Junho de 2023.

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