Nyusi interpreta o sentido da estrada Roma/Negomano

O Presidente da República de Moçambique, Filipe Nyusi, afirmou hoje que a construção, em curso, da nova estrada que vai ligar a província de Cabo Delgado e a Tanzânia representa o concretizar de um “sonho” com 48 anos.

“Estamos finalmente, de forma concreta, a materializar o sonho que os primeiros chefes de Estado de Moçambique e da República Unida da Tanzânia, Samora Machel e Mwalimu Julius Nyerere, sempre idealizaram”, afirmou Nyusi, ao inaugurar, na comunidade de Ninga, província de Cabo Delgado, os primeiros 70 quilómetros desta via asfaltada, entre Roma a Negomano.

Logo de seguida, o chefe de Estado lançou a primeira pedra da obra de asfaltagem dos restantes 105 quilómetros da mesma estrada, nos troços cuja construção vai decorrer em paralelo, entre Roma e Nambungali e entre Nambungali e Mueda, tendo já sido “selecionado” o empreiteiro.

“O acto que hoje festejamos não é apenas para a população que vive na zona de influência do projeto nas províncias de Niassa e de Cabo Delgado, mas também para todo o povo moçambicano e para os povos dos países vizinhos e do nosso continente em geral”, afirmou.

No dia anterior, em Palma, vila de Cabo Delgado afectada pelos ataques de insurgentes em 2021, Filipe Nyusi já tinha garantido que Moçambique estava pronto para reabrir as fronteiras com a Tanzânia, encerradas devido aos atos terroristas que se começaram a registar no norte do país há cinco anos.

PR dando gosto ao pé

O chefe de Estado sublinhou que esta obra enquadra-se no projecto global de ligar o país por via terrestre, de Norte a Sul.

“Hoje, a Estrada Nacional 1, a nossa espinha dorsal, tem uma extensão de cerca de 2.620 quilómetros, que na classificação actual inicia na Ponta d’Ouro [província de Maputo, Sul] e termina em Pemba [província de Cabo Delgado, Norte]. A visão do nosso Governo é de reclassificar esta importante estrada e passar a ser de Ponte d’Ouro até Negomano”, passando a ter uma extensão de 3.078 quilómetros.

Recordou que durante a construção do troço da estrada hoje inaugurado chegaram a estar envolvidos mais de 400 trabalhadores e que a sua abertura vai reduzir de três para uma hora o tempo da mesma viagem, bem como “beneficiar os moçambicanos e o povo irmão” da Tanzânia, fomentando um corredor de comércio livre na região, ajudando a “cimentar” a união entre os dois países vizinhos.

“A nova estrada irá reduzir os custos com a manutenção dos veículos e facilitar o escoamento de produtos desta zona do país”, tornando-se “mais competitivos” no mercado nacional e internacional, garantiu.

“Para mim, pessoalmente, testemunhar hoje a conclusão desta obra, cuja primeira pedra foi lançada em outubro de 2018, é um acto que me traz muita satisfação, tomando em consideração as adversidades vividas durante a fase da sua construção, em que além de atos de terroristas, podemos destacar a pandemia de covid-19”, enfatizou Filipe Nyusi.

A nova via, obra financiada pelo Banco Africano de Desenvolvimento, representará uma “maior segurança” no escoamento de produtos agrícolas das províncias de Niassa e Cabo Delgado “para o resto do país e vizinhos”, impulsionando o turismo na região e os projetos mineiros no distrito de Mueda.

Redactor

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