O câncer chamado educação em Moçambique
Em todo o mundo, ao menos os países desenvolvidos dizem que a educação é o pilar para o desenvolvimento. Ela desempenha um papel preponderante na nação como um todo. O que é verdade. Isso é testemunhado quando os africanos vão para fora do seu continente, preocupam-se em tirar fotos em lugares lindos para exibirem aos seus irmãos.
Ao adentrarmos nesta narrativa, vemos de facto que a educação joga uma pérola para o povo, causa um rompimento entre os que se acham, encarrega-se em educar a sociedade, faz de per si um espaço do despertar mental. A educação é a espinha dorsal de qualquer nação.
Ao nosso país, interessa-nos saber. Como dizem que a “agricultura é a base do desenvolvimento”. Uma agricultura mecanizada? Familiar ou de subsistência? Uma agricultura sem agrónomos de qualidade e com políticas sólidas, é um poço sem água. E esses agrónomos saem de escolas equipadas? Dão resultado ao povo? Da vida deles nas suas casas?
A quem interessa a precariedade do ensino no país? Será que há uma mão externa que controla tudo e dita as regras? Se houver, de onde vem? Quem a alimenta? Mas também olhando numa outra vertente, o nosso povo carece de informações para que não seja massa de manobra.
A informação de que o povo dispõe é apenas “para votar” e não defender os seus direitos. A quem interessa o analfabetismo em Moçambique? Claro que aos políticos que pensam que quanto mais burro o povo for, melhor para eles, pois é aí onde cintilarão e ostentarão a sua manipulação. O povo está sendo manipulado à vista dos educadores e por vezes vedado com severidade.
A quem interessa os erros crassos nos livros escolares? Claro, aos políticos opressores. Qual a teoria do déspota? Destruir a educação, fragilizar os fazedores de opinião, perseguir os cabeças pensantes, deteriorar o sistema de saúde e investir no partidarismo político.
O investimento no partido justamente se circunscreve na confusão mental dos cidadãos para pensarem que o partido é mais importante que o estado. E também para afastar todos os irrequietos com a situação vivida. Quanto mais jovens se afiliam ao partido, melhor para os políticos. Pois os partidos são lugares de castração mental e formação de um homem insensível, perigoso e responsável em continuar com os ideias. Os partidos são lugares de formação de quadrilhas, lugar onde o crime organizado é a sua casa.
O partido é um vírus que se aloja na mente da juventude, estupra-se todo um futuro pela frente. Políticos com más intenções e espertos primeiro compram a mente da juventude para manipular, porque eles sabem que a longo prazo eles terão força.
As escolas que outrora eram espaços de debate da ciência e formação de um cidadão capaz de levar os desígnios do país, hoje são um espaço de criação de marginais, corruptos, defensores de partidos políticos. Arrisco a dizer que aqui na Pérola do Índico não há ciência, não há academia, temos casas de curandeiros que se chamam de escolas para a produção de pessoas que apenas querem aumentar os seus salários e exibirem os títulos na rua e nas bebedeiras.
Uma nação sem educação é uma nação morta. Uma nação sem educação é uma nação dependente. A precariedade do sistema de educação, a má qualidade na formação dos professores, os salários que caem como sangue de Jesus em getsemane na sua angústia, os livros cheios de erros como uma casa em ruína, trazem uma mensagem clara aos moçambicanos: não há interesse na educação, pois ela atrapalha o modus operandi dos graúdos. Agora a meta é fazer de contas que há educação em Moçambique.
Enquanto uns fingem ser professores, outros fingem ser dirigentes do pelouro. Se assim continuarmos, dentro de dois anos, o país entrará em colapso generalizado.
Quem com a ciência se rebela, apadrinha a miséria, nudez, fome, desnutrição e toda espécie de sofrimento existente no mundo.
JÚNIOR RAFAEL OPUHA KHONLEKELA
Este artigo foi publicado intitulado “Solidariedade social” foi publicado em primeira-mão na versão PDF do jornal Redactor, na sua edição de 05 de Fevereiro de 2024, na rubrica OPINIÃO.
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