O estado da Nação é “firme”?
A apresentação do informe anual do estado da Nação pelo Presidente da República, Filipe Nyusi, idem os seus antecessores, começa a ser um exercício eivado de futilidades.
É verdade que se trata de uma prerrogativa imperiosa, parida pelos homens que fazem as leis, mas começa já a não mais fazer sentido deslocar o mais alto magistrado da Nação para ir ao podium da Assembleia da República para ler algo que os que o assistem, por via dos que representam as aspirações colectivas, não podem fazer nenhum questionamento.
É de uma futilidade sair das poltronas do poder, com o aparato descomunal de batedores, forças para-militares, bombeiros e pessoal médico para ir dizer aos que lhe conferiram votos para estar no poder que o estado da Nação está “firme”!!!
De que estado da Nação “firme” falava Nyusi aos moçambicanos que num ano sem precedentes sobrevivem de cintos apertadíssimos por conta da guerra e das dívidas ocultas contraídas por gente conhecida, incluindo os seus domicílios?
De que estado da Nação “firme” falava Nyusi para aqueles a quem ele cognominou de seus “únicos, legítimos e exclusivos patrões”?
Falava para os mesmos que assistem a consagração de um dos seus rebentos que ostenta na praça pública sem justificativa opolência?
Ou falava para os doadores, quais verdadeiros e legítimos soberanos que fecharam as suas torneiras financeiras, até que se esclareçam os contornos da “bolada” que norteou a criação da EMATUM, Proíndicus e MAM?
Que estado da Nação “firme” é esse que para os moçambicanos poderem circular pelo país com alguma tranquilidade, por alguns dias, o Presidente da República precisa de conversar telefonicamente com Afonso Dhlakama, o líder da Renamo, o maior partido da oposição no país?
Com todos estes cenários e já que perguntar não ofende: O estado da Nação é “firme”?
PS: Carríssimos leitores, o escriba, do alto da sua protética insignificância, deseja-vos votos de boas saídas neste 2016, com a promessa de que em 2017 estaremos juntos!
Luís Nhachote