O que se passa com as LAM?

Nos últimos dias, abundantes crónicas dando conta de uma desorganização sem precedentes nas Linhas Aéreas de Moçambique (LAM), que se resumem no cancelamento e adiamento de voos, com problemas mecânicos das aeronaves à mistura, estão em espiral.

As LAM são a companhia de bandeira nacional e detêm o monopólio do espaço aéreo e os problemas de vária índole vão transpirando para fora sem recurso à defesa que o justifiquem.

Em jeito de revolta e usando de alguma criatividade, alguns utentes (leia-se regulares) das LAM baptizaram-na de Late And Maybe, devido ao cardápio de imprevistos que aquela companhia de bandeira tem oferecido aos seus clientes.

Com a tragédia do voo que não chegou a Luanda, e as posteriores informações que chegaram do que teriam sido os últimos momentos daquele fatídico voo, os índices de confiança que muitos utentes têm para com as LAM deixaram os seus alicerces tremidos. Não era para menos!

Nos dias de ranger de dentes entre os beligerantes de costume, entre o Save e a Gorongoza, apenas restava voar na companhia de bandeira. Episódios que se tornam agora diários do comportamento das LAM (ou das suas aeronaves?) levaram a que os mais sábios críticos dissessem de viva voz que é preciso pôr fim ao monopólio da companhia de bandeira.

Cá está o busílis da questão: quem são os empresários nacionais com capacidade para entrar na concorrência?

Um amigo meu costuma dizer com frequência que os empresários moçambicanos “têm aversão ao risco”.

De acordo com o ministro que tutela os transportes e comunicações, o mercado está em aberto, não existem impedimentos legais de ordem nenhuma para que os nossos empresários entrem no mercado da aviação.

É tempo de se tomarem medidas urgentes, é tempo de a concorrência entrar no mercado. Sob pena de qualquer dia acontecer uma desgraça e se procurarem os culpados de ocasião.

Com todos estes cenários e já que perguntar não ofende: O que se passa com as LAM?

Luís Nhachote

 

*    Este artigo foi publicado em primeira mão na versão PDF  do jornal Correio da manhã no dia 30 de Março de 2016, na rubrica semanal de Luís Nhachote denominada “Do lado da evidência

Compartilhe o conhecimento
  •  
  •  
  •  
  •  
  •  
  •  
  •  
  •  

Deixe uma resposta

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *