O verdadeiro paradeiro de Ossufo Momade

O verdadeiro paradeiro de Ossufo Momade já foi apurado pelo Redactor, bem como as reais intenções do não encerramento da última base da RENAMO em Panga-Panga, na zona de Gorongosa, província de Sofala, Centro de Moçambique.

O líder da RENANO desembarcou ao fim do dia de sexta-feira na cidade da Beira, capital da província central moçambicana de Sofala, ido da serra da Gorongosa, onde esteve reunido com o núcleo duro da guerrilha estacionado na última base militar que deveria ter sido fechada na segunda-feira.

A informação na posse do Redactor é de que Momade já deixou Beira rumo a Maputo, mas não conseguimos apurar de fontes adequadas do sector da imprensa da RENAMO se efectivamente já está ou não na capital, apesar das incansáveis démarches por nós desencadeadas.

Ao que apuramos, Ossufo Momade teve esta semana “reuniões intensas” com os “comandos armados residuais” da RENAMO que pretendem saber do seu líder das contrapartidas reais para aceitarem o desarmamento, por, alegadamente, estarem na posse de informações segundo as quais os seus colegas que aceitaram depor as armas “estão a ser destratados de diversas formas”.

Disseram as nossas fontes que os militares da RENAMO estacionados na base de Panga-Panga asseguraram ao Ossufo Momade que não têm “outras intenções”, somente querem “alguns esclarecimentos” sobre o seu enquadramento social futuro, com destaque para os pagamentos de pensões e integração nas fileiras da Polícia da República de Moçambique (PRM).

Nessas “reuniões intensas” ficou aprazado que aquela base que devia ter sido fechada no dia 19 deste Dezembro permanecerá activa pelo menos até Fevereiro de 2023, altura em que Ossufo Momade deverá voltar a escalar aquele local para dar “esclarecimentos” aos cerca de 150 homens armados ali estacionados.

A base de Panga-Panga deverá, deste modo, servir de “último trunfo” para obter garantias do Governo e de Mirko Manzoni, o diplomata suíço que em Moçambique representa especialmente o Secretário Geral da Organização das Nações Unidas, o português António Guterres, no processo de Desmobilização, Desarmamento e Reintegração (DDR).

No meio da semana passada circularam em Moçambique e não só informações segundo as quais Ossufo Momade teria sido retido pelos seus subalternos armados em Gorongosa, informação pronta e energicamente desmentida pela RENAMO em Maputo.

No entanto, o défice comunicacional do próprio Momade e de Manzoni foi bastante para alimentar e dar alguma credibilidade à alegada “retenção” do actual líder da RENAMO nas lendárias montanhas de Gorongosa.

O encerramento da base de Panga-Panga, de um total de 16 da antiga guerrilha, significaria o fim da desmobilização de um total de 5.221 ex-combatentes da RENAMO apresentados por este partido com representação parlamentar em Moçambique e que durante mais de dezena e meia de anos tentou derrotar militarmente o regime instalado pelo partido Frelimo desde 1975, inicialmente de inspiração marxista-leninista.

 (O verdadeiro paradeiro de Ossufo Momade)

Redactor

https://bit.ly/3zwuAZU
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