Oposição perde comboio

Oposição perde comboio – A oposição política moçambicana acabou de perder uma magna oportunidade de encostar à parede o partido governamental com a realização  das eleições  autárquicas do passado dia 10 de Outubro corrente, apesar de todos apelos a si endereçados a fim de se unirem numa única frente eleitoral.

A derrocada do partido Frelimo abriria uma nova página na História da democracia, em Moçambique e isso poderia permitiria antever o desfecho das eleições provinciais, legislativas e presidenciais de 15 Outubro de 2019.

Quando a oposição  estiver unida, o povo ficará galvanizada e torna a vitória mais facilitada. Não é inteligente bater num adversário tão manhoso como a Frelimo com uma bofetada, mas, recomenda-se aplicar-lhe um soco forte e bem cerrado para levá-lo ao tapete com o golpe de  um KO técnico.

O vencer um considerável número de  autarquias seria uma importante alavanca para a corrida que se espera para a próxima  jornada.

Feitas  as contas, a soma percentual das autarquias conquistadas pela oposição são  cerca de 20 porcento e a Frelimo obteve, com ou sem fraude, 80 porcento. Isso já dá uma indicação do que poderá vir a acontecer.

Muito provavelmente a oposição  ficará com 20 porcento com  cargos de governador de província e assembleias provinciais, se a postura da Renamo e MDM não for alterada. Estamos a falar das desnecessárias e inúteis rixas que, hoje, ensombram estas duas forças políticas.

Quanto aos assentos parlamentares, o raciocínio poderá ser diferente por incluir zonas rurais, dominadas, na sua maioria, pela Renamo, com predomínio nas regiões Centro e Norte do país. Não se deve dormir debaixo da sombra da bananeira, a mobilização dos que estão contra o regime deve contínua e permanente.

Somos forçados a concluir que se a Renamo e o MDM tivessem feito uma frente única eleitoral, o entusiasmo dos potenciais eleitores teria subido de nível, por transmitir esperança de mudança nas suas vidas e o livrar-se de um pesadelo que transporta, desde que o país se tornou independente, em  1975.

A larga base popular da Renamo a juntar-se à fiscalização inteligente do MDM, podem conferir um outro rumo ao nosso destino comum.

Porém,  outros interesses, no seio da oposição têm cantado mais alto, ofuscando as aspirações do povo, que são o ver-se livre das garras dos novos colonos porque está a ficar tarde demais, e conferir desenvolvimento socioeconómico a Moçambique.

As cenas de fraudes com as quais nos brindam, nestas eleições, e a exibição da musculatura policial poderão ser minimizadas, se a oposição estiver unida e a marchar ao mesmo ritmo.

Enquanto a oposição continuar a lutar entre si, ainda vem longe o dia de o povo se libertar dos libertadores que, na prática, são os novos colonos do nosso povo moçambicano.

Para isso, a oposição  precisa de se desarmar do excesso de orgulho e pensar que, enquanto pensar, apenas,  em si, o regime dos corruptos e militaristas, dos habituados a vencer as eleições com base em fraudes, vai-se perpetuar por muitos e longos penosos anos.

Edwin Hounnou

Este artigo foi publicado em primeira mão na versão PDF do jornal Correio da manhã, edição de 16 de Outubro de 2018 na rubrica semanal MIRADOURO

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