Ordem constitucional e terrorismo

Ordem constitucional e terrorismo são, nos dias que correm, dois clichês aos quais quase todos os sacanas recorrem para se escudar de qualquer contestação popular e granjear simpatias de outros estupores, ao trilhar em contramão relativamente à maioria sob seu jugo.

Ocorre-me abordar estas banalidades – ordem constitucional e terrorismo ou terroristas – porque na verdade de originalidade nada têm, mas que parecem ataviadas de nova roupagem, adquirida nas lojas de moda abertas no dia 11 de Setembro de 2001 nos Estados Unidos da América, mais concretamente no recinto do World Trade Center, Manhattan, Nova Iorque e Virgínia (Pentágono), com a publicidade que mereceram.

A história constitucional de um país é sempre parte de uma história global do constitucionalismo e sempre chamado à colação quando convém para os que estão no poder.

Recordo-me que foi nos termos e em conformidade com a ordem constitucional que os nossos antepassados foram levados em condições piores que as reservadas a muitos animais de diversos pontos de África para as Américas e Europa como escravos.

Foi a coberto da ordem constitucional que muitos movimentos independentistas foram combatidos como “terroristas” quando tentavam se libertar da longa noite colonial.

Nelson Rolihlahla Mandela (Madiba), Samora Moisés Machel, António Agostinho Neto e Amílcar Lopes Cabral foram alguns dos inúmeros “cabecilhas de terroristas” que foram combatidos e/ou penaram em masmorras sinistras, simplesmente porque tentavam libertar os seus povos das garras de facínoras sem escrúpulos que se escudavam na ordem constitucional por se imporem, não raras vezes, com petulância extrema.

Hoje, muitos povos de África, fartos de exercícios “democráticos” que de democracia nada têm, protagonizados por regimes maníacos e brutais, com maquilhagens de democráticos, quando se levantam contra os seus opressores, dóceis para os antigos colonizadores, são rapidamente apelidados de “terroristas” que agem contra a ordem constitucional.

É que parece que muitos países africanos decidiram optar por um festival de golpes à la carte, uns permanecendo indevidamente no poder, destratando a maioria, e outros tentando desalojar os “novos colonos” por vias pouco ortodoxas. Grosso modo, estes últimos são facilmente rotulados de “terroristas” por muitos dos “terroristas” de ontem.

Será difícil perseguir processos eleitorais cobertos de lisura para poupar vidas inocentes e estragos em patrimónios públicos e/ou privados, sendo todos filhos da mesma terra, cada um aguardando pela oportunidade que a maioria lhe conceder para dirigir a res publica?

É que a postura hoje adoptada por muitos dos “libertadores” ou “terroristas” de ontem parece ser a confirmação do vaticínio do colono que, quando se sentia acossado e já sem muito campo de manobra, predisse que partiria, sim, mas em pouco tempo os nativos se matariam uns aos outros, porque meros cretinos.

Infelizmente, em muitos pontos de África, os imbecis tomaram as rédeas e até figuras patéticas e nítidos mentecaptos hoje são verdadeiras “estrelas” políticas, para embaraço dos que ainda têm algum pudor.

Acredito que ainda se pode fazer alguma reversão da marcha.

A MINTHIRU IVULA VULA KUTLHULA MARITO! Os actos valem mais que as palavras!  Digo/escrevo isto porque ainda creio que, como em anteriores desafios, Moçambique triunfará e permanecerá, eternamente.

REFINALDO CHILENGUE

Este artigo foi publicado em primeira-mão na versão PDF do jornal Redactor, na sua edição de 22 de Setembro de 2023, na rubrica TIKU 15.

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