Pão já sem subsídio
O Ministério da Indústria e Comércio de Moçambique anunciou hoje a retirada do subsídio ao pão, a partir de sábado, considerando que já não se verificam as circunstâncias que determinaram a introdução da compensação aos panificadores.
Em conferência de imprensa hoje em Maputo, Nelson Jeque, porta-voz do Ministério da Indústria e Comércio, disse que o Governo não canalizará mais o subsídio às moageiras, devendo cada padaria fixar o preço em função das regras do mercado.
“Serão as leis do mercado a definir o preço, a procura e a oferta é que vão determinar o custo do pão”, declarou Nelson Jeque.
O porta-voz do Ministério da Indústria e Comércio afirmou que a decisão foi determinada pelo facto de o metical ter recuperado em relação ao dólar norte-americano, permitindo a reposição do poder das importações, pela baixa do preço do trigo no mercado internacional e pelo peso do subsídio para o tesouro público.
“Quanto introduzimos o actual subsídio, o metical estava entre 76 e 75 o dólar norte-americano e agora está nos USD 67”, afirmou Nelson Jeque.
Por outro lado, prosseguiu, estudos de mercado indicam que o subsídio não gerou um grande impacto no preço ao consumidor, uma vez que as padarias subvencionadas vendem o pão a um preço muito próximo daquelas que não recebem subsídio.
“A diferença de preço do pão entre as padarias que recebem subsídio e as que não recebem é entre um metical e 50 centavos”, frisou Jeque.
Segundo o porta-voz do Ministério da Indústria e Comércio moçambicano, o Governo despendeu 330 milhões de meticais em subsídios ao pão, entre Julho de 2014 e Fevereiro do ano em curso, valor elevado face às dificuldades económicas que o país atravessa.
Na semana passada, o executivo moçambicano decidiu agravar o preço dos combustíveis, dando um passo no sentido de remover por completo o subsídio a este recurso, apesar de assegurar que vai manter a compensação aos transportadores públicos de passageiros.
O Governo moçambicano decidiu introduzir um subsídio ao pão e ao combustível, na sequência de manifestações violentas contra o custo de vida em 2010.
Redacção