Passaporte castanho será reconhecido nos aeroportos
Passaporte castanho, documento de viagem exclusivamente usado por mineiros e trabalhadores agrícolas moçambicanos na África do Sul vai, em breve, ser reconhecido como documento de viagem pelos sistemas dos aeroportos de Moçambique e sul-africanos, de acordo com fonte oficial.
Segundo Jacinto Maduca, director do Aeroporto Filipe Jacinto Nyusi, as autoridades migratórias de Moçambique e da África do Sul vão, em breve, assinar um acordo que vai permitir que o Passaporte castanho seja usado em viagens aéreas entre os dois países.
Actualmente, apenas nos postos terrestres de travessia é que o Passaporte castanho é “legível” pelos Sistemas montados nas fronteiras dos dois países.
O reconhecimento do Passaporte castanho era o grande empecilho para viabilizar o recurso dos mineiros e trabalhadores agrícolas moçambicanos na África do Sul de optar pela via aérea para se movimentar entre os dois países, alternativa que está a ser animada pelos gestores do até agora menos usado Aeroporto Filipe Jacinto Nyusi, erguido no distrito de Chongoene, Sul de Moçambique.
Este ponto foi o mais tocado no passado fim-de-semana pelos membros da Associação dos Trabalhadores Moçambicanos nas Minas e Farmas da África do Sul (ATMIFAS), no encontro realizado com os gestores do Aeroporto Filipe Jacinto Nyusi em Joanesburgo.
O encontro tinha como objectivo a apresentação da viabilidade de uso do transporte aéreo nas ligações entre os dois países.
Jacinto Maduca explicou que, no início, o “pecado” do Passaporte castanho é que ele era manuscrito, facto ultrapassado em 2010, quando se introduziu o Passaporte biométrico.
“Estamos a trabalhar com as autoridades migratórias dos dois países e estamos neste momento com a situação 85% resolvida” disse Maduca para acrescentar que “só falta uma questão de confirmação”.
O director do Aeroporto Filipe Jacinto Nyusi explicou que “dentro de dias o acordo será rubricado e os nossos concidadãos mineiros poderão viajar por via aérea”.
O presidente da ATMIFAS, Victor Cossa, voltou a exigir que o assunto fosse tratado “com bastante celeridade” assegurando que esta abertura vai permitir que os mineiros escapem do sofrimento a que são sujeitos, sobretudo no final do ano.
Enquanto se aguarda pela assinatura do referido acordo, o director Jacinto Maduca disse que está-se a trabalhar na melhor alternativa para o transporte das bagagens que habitualmente os mineiros levam consigo.
Esse trabalho em curso integra a LAM e a Kawena – firma de entrega de encomendas volumosas -, sendo que, de acordo com Maduca, “ tem que se assegurar que o mineiro e a sua bagagem cheguem quase que em simultâneo em solo moçambicano”.
No encontro do fim-de-semana, em Joanesburgo, os mineiros voltaram a reafirmar disponibilidade e interesse de usar o transporte aéreo nas viagens entre Moçambique e África do Sul.
RAULINA TAIMO, correspondente na África do Sul