Paz desejada por (quase) todos
Paz desejada por (quase) todos – Sei que me serão atribuídos epítetos, principalmente por parte dos concidadãos mais “patriotas”, mas não deixarei de emitir o meu ponto de vista.
Como muitos concidadãos, gosto do destino perseguido (PAZ), mas tenho medo da velocidade empreendida para lá chegarmos.
Alguém, sabiamente, um dia, inventou as máximas segundo as quais CORRER NÃO É CHEGAR e a de que A PRESSA É INIMIGA DA PERFEICÃO.
Longe de ser pessimista, admito, pública e sinceramente, que não aprecio nadica de nada este recorrente ciclo de pactos de paz apressados, justamente nas vésperas de eleições, porque está mais que provado que têm dado no torto, e tragicamente.
Ninguém está aqui para apelar ao pessimismo, mas existe toda a nocessidade de se marchar com realismo e pragmatismo por forma a não exacerbar as espectativas, ao ponto de se acreditar que, por exemplo, com o evento da tarde desta quinta-feira em Chitengo podemos andar por aí aos pulos e a proclamar que “demos o passo definitivo” para ela (paz).
Sim, o que se passou no acampamento de Chitengo esta quinta-feira é mais um passo a caminho da paz, mas devemos estar cientes de que muito há por fazer, honesta e justamente, para não atirar, antecipadamente, balões para o ar, tanto mais que há muitos opositores deste destino, acocorados, por aí, à socapa.
Prevalece, em muitos, a ideia de que em Moçambique existem “Nós” e “Eles”, o hábito de dar o dito por não dito num curto intervalo de tempo, negociar e assinar pactos de má-fé, estes alguns dos excelentes condimentos para a discórdia e fandango, em qualquer grupo.
Se falar de paz e assinar acordos de paz significasse paz, Moçambique seria hoje em dia o ou um dos países mais pacíficos do planeta.
Bem disse o nosso Presidente da República, na passada quarta-feira, no seu discurso sobre o Estado da Nação, que “Moçambique tem tudo para dar certo”. Muito bem. Mas como muito não está a dar certo significa que há muito que não está a ser bem feito. O que é: desculpem, não sei e bem gostaria de saber.
Pessoalmente rogo, sinceramente, para que nenhuma das partes esteja a celebrar acordos com quintas intenções porque de discursos bonitos e do piscar para a direita e virar para a esquerda já estamos fartos.
Julgo ter chegado o momento para se optar mais pela sabedoria do que pela esperteza, porque qualquer deslize podemos ir parar à sarjeta e talvez mais ninguém estará disponível a nos acudir. É porque tudo cansa e tem limites e muitos já perderam confiança nos políticos e militares moçambicanos.
Definitivamente esta é a paz desejada por (quase) todos.
Todos queremos paz, mas paz de verdade e não de boa para fora.
REFINALDO CHILENGUE
Este artigo foi publicado em primeira-mão na versão PDF do jornal Correio da manhã, na sua edição de 02 de Agosto de 2019, na rubrica semanal TIKU 15!
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