Pensando no mediático submersível, alguém se comoverá com esta?

Pensando no mediático submersível, acabamos de tomar conhecimento da morte, debaixo de uma mina abandonada, buscando meios de subsistência, de 31 mineiros ilegais negros, vulgo Zama Zamas, na África do Sul, e a pergunta que nos ocorreu quando a editávamos foi:  alguém se comoverá com esta [também]?

Indo aos factos: os 31 morreram numa mina que operou pela última vez na década de 1990, em Welkom, na província sul-africana de Free State.

As mortes terão se registado em meados de Maio deste 2023, muito provavelmente no dia 18, mas somente esta sexta-feira o anuncio é feito pelo Ministério sul-africano dos Recursos Minerais e Energia.

O pelouro chefiado do Gwede Matanshe, um influente membro do Congresso Nacional Africano (ANC), que controla o governo da África do Sul, diz que recebeu a informação do Ministério dos Negócios Estrangeiros do Lesotho, o que deixa pressupor que a maioria, se não todos os finados, sejam originários do reino montanhoso cercado por todos os lados por fronteiras sul-africanas.

Ao que apuramos, a diplomacia dos basuthos informou a tempo e horas as autoridades sul-africanas.

Na informação avançada pelo Ministério dos Recursos Minerais da África do Sul há indicações de que “pelo menos três corpos foram trazidos à superfície” com a ajuda de outros Zama-Zamas envolvidos na escavação de “restos” de minérios.

O executivo de Pretoria diz ainda que “os corpos dos mineiros ilegais continuam no subsolo, aguardando esforços das partes relevantes para recuperá-los”.

A operação de resgate, no entanto, não se afigura fácil, na medida em que peritos do Ministério dos Recursos Minerais e os proprietários da mina [Harmony Gold Mining Company] detectaram a existência de níveis altos de metano.

O Ministério dos Recursos Minerais da África do Sul diz ser “arriscado enviar uma equipa de busca para o poço”.

Em meados de 2021, a polícia sul-africana descobriu restos mortais de 20 supostos Zama Zamas, numa mina de ouro abandonada, perto de Joanesburgo.

Na África do Sul há centenas de pessoas, incluindo moçambicanos, que se dedicam à exploração ilegal de minas abandonadas, num negócio que se acredita lucrativo e dirigido por pessoas bem posicionadas.

Zama-Zama é a designação que se atribui a garimpeiros ilegais que exploram minas abandonadas na África do Sul para encontrar alguns minérios que lhes garantam subsistência. O termo provem da palavra Bantu “Zama”, que numa tradução livre significa “desenrasca ou desenrasque”.

A maioria dos Zama-Zama são nativos de Moçambique, Lesotho e Zimbabwe.

REAULINA TAIMO, correspondente na África do Sul

https://bit.ly/41XbJTI

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