Pobreza científica em África

Pobreza científica  – Eish…eish... levei algum tempo a tomar decisão sobre o tema a abordar esta semana no Rancor do Pobre, porque há vários assuntos de interesse público em curso na minha aldeia e no local de domicílio forçado pela vida.

Diversos acontecimentos surgem todos os dias tornando a selecção complicada, porque uns têm vida relativamente curta e outros nem tanto.

Entretanto, a última hora decidi lidar com a pobreza científica de África, um continente com 55 países e mais de mil e cem milhões de habitantes, representando 12 por cento da população mundial estimada em mais de sete mil milhões de seres humanos.

A decisão de lidar com este assunto surgiu na sequência da atribuição de prémios Nobel este ano, evento que acontece todos os anos desde Dezembro de 1901 em memória do inovador e industrialista sueco Alfred Nobel.

O industrialista sueco deixou testamento recomendando que parte da sua fortuna devia ser usada para fundo de reconhecimento de indivíduos que mostrassem excelência no trabalho científico em prol da humanidade nas áreas de Física, Química, Medicina, Literatura e Paz.

A distribuição dos prémios em forma de certificados de papel e valores monetários a laureados começou em Dezembro de 1901 no quinto aniversário da morte de Alfred Nobel.

Na altura, quase todos os países africanos, incluindo a minha aldeia, eram colónias de potências ocidentais, sendo que africanos nativos eram considerados cidadãos de impérios ocidentais.

A partir de 1968 foi adicionado o prémio Nobel de Economia, passando para seis o número de prémios Nobel.

A década de 1960 é considerada como de independências africanas, porque muitos países do continente ganharam suas liberdades dos europeus.

Curiosamente, porém, desde o início da atribuição dos prémios Nobel há 117 anos apenas um negro do pequeno estado ilhéu de Santa Lúcia ganhou o prémio Nobel de Economia em 1979. Nenhum africano ou originário ganhou prémio nas áreas basicamente de Ciência estabelecidas pelo inovador e industrialista sueco Alfred Nobel.

Entretanto 14 negros africanos ou originários ganharam premio Nobel de Paz, o mais recente dos quais é o médico congolês, Denis Mukwege, laureado semana passada.

Mas hoje, em vários países africanos, incluindo na minha aldeia, fala-se de senhores Doutores e de Engenheiros por todas as esquinas, só que, na verdade, África é o mais pobre e mais analfabeto cientificamente do Mundo.

THANGANI WA TIYANI

Este artigo foi publicado em primeira mão na versão PDF do jornal Correio da manhã, edição de 11 de Outubro de 2018 na rubrica semanal O RANCOR DO POBRE

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