Preços dispararam no Zimpeto

Preços da maioria dos produtos básicos dispararam no mercado grossista do Zimpeto, na capital moçambicana, numa clara afronta ao cidadão pacato e desmascarando alguns (ir)responsáveis que, amiúde, ao se aproximar a quadra festiva, mentem descaradamente, alegando que não haverá especulações valores a serem desembolsados pelos consumidores.

Isto sucede quando se está a pouco menos de uma semana do Natal e a uns 11 dias do Ano Novo de 2022. Os vendedores desmentem que haja subida de preços. Dizem que está tudo “normal” e que a alegada subida de preços não é mais que “especulações dos consumidores para forçar o Governo a intervir” em seu prejuízo.

Como tem acontecido em anos anteriores quan­do chega a quadra festiva se assiste a um acentuado açambarcamento de alguns dos produtos de primeira neces­sidade e, consequentemente, agravamento dos preços em alguns mercados essenciais.

Frenesim no Mercado Grossista do Zimpeto, esta segunda-feira

No mercado do Zimpeto, por exemplo, na manhã desta segunda-feira (20Dez2021) o saco de cebola de 10 quilo­gramas que até Novembro era vendido a aproximadamente 200 meticais, custa entre 250 a 300 meticais.

O saco de batata, de igual peso, que antes era vendido a aproximadamente 200 meticais, é hoje negociado entre 300 e 350 meticais.

Diferença faz o facilmente deteriorável tomate, que até está a registar alguma descida. Vimos nesta segunda-feira alguns vendedores colocando a caixa de 20 quilogramas a 400/500 meticais, contra os anteriores 1.000 meticais.

Um dos cenários que registamos esta segunda-feira no Mercado Grossista do Zimpeto

A alegação dos vendedores é a do costume: subida do preço do Rand (moeda sul-africana), no mercado cambial oficial e paralelo e queda excessiva de chuvas na África do Sul, dificultando os acessos aos campos de recolha dos produtos.

A maioria dos produtos frescos que se vende nos principais mercados de Moçambique é comprada na vizinha República da África do Sul.

O presidente da Associação dos Micro- Im­portadores de Moçambique, vulgarmente conhecida como ‘ Mukhero’, Sudecar Novela, desmente o que está à vista de todos. Diz que não há subida de preços alguma e o que está a acontecer é simplesmente “normal”.

Mulheres lutando pela vida no Mercado Grossista do Zimpeto

Para Sudecar, os con­sumidores “é que têm o hábito de especular preços na expecta­tiva de o Governo intervir para baixar o valor da aquisição dos produtos”.

“Os nossos consumidores gostam de andar a especular preços, afirmando que estão altos, pensado que com essas atitudes o Governo vai baixar os preços, mas esquecem que estamos num país de economia de mercado, no qual as decisões relativas a produção e distribui­ção são guiados pelos sinais de preços criados pela lei da oferta e da demanda”, salientou.

Novela garante, inclusivamente, que há stock suficiente para abas­tecer os principais mercados durante a quadra festiva que se avizinha.

Redactor

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