Sistema patriarcal atacado

Sistema patriarcal atacado na África do Sul – As mulheres sul-africanas desencadearam guerra sem quartel contra o sistema patriarcal. Dizem que o sistema privilegia os homens em detrimento das mulheres, que na África do Sul e em muitos outros países africanos, são a maioria dos mais de mil milhões de habitantes do continente.

Para as mulheres sul-africanas, se Winnie Madikizela Mandela fosse homem teria sido Presidente da África do Sul depois de Thabo Mbeki.

No congresso do Congresso Nacional Africano (ANC) que escolheu Jacob Zuma para vice-presidente do partido facilitando a sua ascensão ao topo do poder, Winnie Madikizela manifestara a intenção de concorrer para o mesmo cargo, mas foi desencorajada e teve que retirar a sua candidatura à última hora para deixar Jacob Zuma na corrida.

Thabo Mbeki confirma o caso. Winnie Madikizela, que faleceu vítima de doença prolongada no dia 2 deste mês de Abril, foi combatente extraordinária contra o regime minoritário racista branco do apartheid na África do Sul.

Desde a sua morte no Netcare Milpark Hospital em Joanesburgo, Winnie está sendo recordada em diversas cerimónias nas quais personalidades políticas, académicas, culturais, sociais, empresariais e religiosas falam da sua coragem, bravura e determinação em prol da liberdade do seu povo lutando tenazmente contra as forças do regime. Muitos oradores, sobretudo mulheres, fazem referência aos danos provocados pelo sistema patriarcal contra as mulheres e sobretudo contra Winnie Madikizela.

Aliás, mesmo quando Winnie nasceu em 1936 em Mbizana, província do Cabo Oriental, a sua recepção pelo pai e pela sua avó paterna foi miserável.

Depois de confirmar que a bebé era do sexo feminino, a avó paterna disse em voz alta para a parturiente Nomathansanqa Gertrude Madikizela perante matronas que “você está a gastar o nosso tempo”. O pai, Columbus Madikizela, secundou a sua mãe afirmando que “estou cansado de mulheres. Quero rapaz”.

É que dos primeiros cinco filhos do casal, apenas um era rapaz, pelo que o nascimento de mais uma menina era considerado má sorte para o futuro da família Madikizela.

No entanto, Columbus Madikizela conformou-se e deu o nome à sua filha de Winfred, que significa amiga de paz, em memória de um missionário alemão que lhe convertera ao cristianismo.

Pouco ou nada sabia Columbus que a sua filha seria Combatente e Mãe da Nação sul-africana e só não foi Presidente da África do Sul por ‘culpa’ do sistema patriarcal. Um diplomata disse-me que o debate é importante, mas aconselha que primeiro deve haver revisão à Bíblia, chamado livro sagrado, para mudar o papel dos homens na Terra.

THANGANI WA TIYANI

Este artigo foi publicado em primeira mão na versão PDF do jornal Correio da manhã, edição de 11 de Abril de 2018, na rubrica semanal O RANCO DO POBRE!

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